Associação defende campanhas educativas para combater a pirataria

28/01/2004 - 16h42

Brasília, 28/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Associação de Defesa da Propriedade Intelectual (Adepi), Carlos Alberto Camargo, disse em entrevista à Rádio Nacional de Brasília, que a pirataria de audiovisual no Brasil só poderá ser enfrentada com campanhas educativas. Camargo afirmou que o problema da pirataria esbarra na banalização da prática. "A sociedade não questiona mais a ilegalidade disso. E se a gente permitir que a coisa continue assim, nós vamos ter um estado bandido, uma sociedade bandida", declarou.

De acordo com Camargo, a facilidade técnica para se obter uma cópia irregular de CD, DVD ou fita de vídeo é o fator agravante da pirataria. "Qualquer pessoa pode cometer esse crime facilmente num computador doméstico, por exemplo. É preciso desenvolver uma atividade educacional para que as pessoas entendam que a pirataria não é uma conveniência", afirmou.

Camargo dennciou que o Paraguai é a principal porta de entrada da matéria prima utilizada para a fabricação de DVDs e de CDs piratas, que provêm principalmente de máfias chinesas e árabes . "O Paraguai importa 100 milhões de CDs por ano, fabrica mais quatro milhões e usa só três. No Brasil, 35% de todo o comércio de vídeo é pirata", afirmou.

De acordo com Camargo, só no ano passado foram presos em flagrante 86 piratas em todo o Brasil com a ajuda da associação. "A gente dá toda a assistência a institutos de criminalísticas, promove treinamentos para policiais, ajuda a equipar agências governamentais e ajuda a criar estratégias em conjunto", explicou.