Wimbledon quer impedir registro do nome de projeto social

27/01/2004 - 15h49

Brasília, 27/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - Aquilo que nasceu como uma forma simpática de homenagear o torneio de tênis de Wimbledon, por meio de um trocadilho, está gerando um desgaste desnecessário para os executivos da Fundação Match Point e para os idealizadores do projeto social WimBelémdon, que desde 2003 tem como objetivo ensinar o esporte e oferecer complementação escolar para crianças carentes. O projeto atende atualmente 80 crianças do bairro de Belém Novo, na Grande Porto Alegre.

A questão é o registro do nome WimBelémdon no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O The All England Lawn Tennis Club, detentor da marca Wimbledon, se opôs ao pedido de registro e, na última sexta-feira (23), a Fundação Match Point, organização sem fins lucrativos que mantém o projeto, entregou ao INPI sua defesa.

"Estou surpreso. Não queríamos, em momento algum, menosprezar o torneio e não temos nenhum interesse comercial com o projeto, apenas visamos o lado social. Espero, sinceramente, que isto seja levado em consideração e possamos utilizar o nome, que já foi tão bem aceito", desabafa o fotógrafo Marcelo Ruschel, vice-presidente da Fundação Match Point e um dos idealizadores do projeto WimBelémdon.

O processo administrativo só deve ser encerrado dentro de aproximadamente dois anos, quando sai a decisão do INPI. "A defesa tem bons argumentos como, por exemplo, a alegação de que o projeto e o torneio têm objetivos bem diversos. Estamos no caminho certo, mas infelizmente a resolução do caso vai demorar", contou João Cassiano Oyarzábal, agente da propriedade industrial da empresa SKO Marcas e Patentes.

Mesmo com o processo, a Fundação Match Point quer expandir, nos próximos meses, seu campo de atuação. "Estou super tranqüila. Tenho certeza de que esse fato não afetará de forma alguma nosso trabalho. Estamos, inclusive, estabelecendo parcerias importantes e levando o projeto a outras comunidades carentes da capital gaúcha. Acredito que quando eles virem o bem que o projeto tem feito às crianças, o caso será resolvido", afirma Suzana Santos, presidente da fundação.

As informações são da Confederação Brasileira de Tênis.