Brasília, 27/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Fazenda, Antonio Palocci admitiu hoje que o governo deve contingenciar o Orçamento de 2004, aprovado pelo Congresso Nacional. Segundo ele, a medida tem caráter eminentemente técnico. "Não se trata de uma decisão política. Trata-se de uma avaliação técnica que é feita pelos órgãos técnicos do governo e que nós vamos depois confrontando com a realidade (do desempenho da economia)", explicou.

Neste sentido, o ministro negou que haja qualquer divergência com o seu colega da Casa Civil, José Dirceu, quanto à possibilidade de cortes nos investimentos para este ano. O que está em execução pelos técnicos dos ministérios do Planejamento e da Fazenda é verificar se as projeções feitas pelos parlamentares se confirmam. "Nós não vamos fazer cortes no orçamento. Vamos fazer uma programação orçamentária e ver como ela vai se dando a partir da arrecadação", acrescentou Palocci.

Em tom de brincadeira, o ministro disse que nunca briga com otimistas. Portanto, negou qualquer divergência com José Dirceu, "principalmente se ele estiver neste campo positivo de buscar que o governo possa investir mais e ter mais recursos". Palocci lembrou que quem apostou contra a economia no final do ano passado perdeu dinheiro, porque houve melhoria do comércio e da atividade industrial.

Palocci lembrou, no entanto, que o trabalho do Ministério da Fazenda é informar com clareza à equipe do governo os recursos que estão previstos na arrecadação da Receita Federal, do INSS e de outras fontes. "Nós somos obrigados a dizer a nossa previsão" ressaltou, ainda que nem sempre estas previsões sejam muito "expansivas". "Se a realidade trouxer notícias melhores que as previsões, muito bom para nós todos. Se trouxer notícias que não são tão positivas, a cautela prevê que o ordenamento da execução orçamentária dê conta dessas dificuldades", avaliou.