Porto Alegre, 27/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - A distribuição dos financiamentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) no Rio Grande do Sul está normalizada e o programa tem balanço positivo, com volume recorde liberado nos últimos cinco meses, chegando a R$ 712 milhões para 257 mil famílias. A garantia do delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Jeferson Miolla, foi dada aos líderes dos assentamentos e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
Miolla ressaltou que o acesso ao crédito está desburocratizado com a utilização de cartão magnético, e afirmou que não há motivos para manifestações dos assentados em busca de recursos do Pronaf no Estado. Ele disse que nos protestos de ontem houve problemas de informação entre lideranças e assentados e na condução das manifestações.
Também o superintendente estadual do Banco do Brasil, Valmir Rossi, garantiu que a liberação dos recursos do Pronaf para agricultores familiares e assentados está normalizada no Rio Grande do Sul. Ele atribuiu a questões políticas o confronto entre colonos e policiais militares, ontem, em Santana do Livramento, na fronteira Oeste do estado. Rossi informou que o Rio Grande do Sul recebe 28% do total do Pronaf no país. Ele anunciou que, neste ano, o agronegócio gaúcho deve receber R$ 3,6 bilhões.
No confronto entre os 300 assentados e integrantes do MST e a Policia Militar em Santana do Livramento, várias pessoas ficaram feridas. Dez agricultores e dez policiais receberam atendimento médico na Santa Casa de Misericórdia do município. O tumulto começou quando os sem-terra atendiam a decisão judicial de reintegração de posse da agência do Banco do Brasil.
Quando a polícia iniciou a prisão dos envolvidos na invasão da agência, houve reação dos demais assentados. Cinco agricultores foram presos. Os agricultores gaúchos também invadiram a agências do Banco do Brasil em Viamão, na região Metropolitana de Porto Alegre, reivindicando a renegociação de dívidas do Pronaf e a liberação de verbas para o custeio do Plano Safra. Também houve protestos em Arroio Grande, na zona sul do estado.