Davos ''respira'' economia, mas transforma-se também em ambiente de negociações políticas

22/01/2004 - 7h44

Davos (Suíça) - O Fórum Econômico Mundial abriu suas portas ontem e fez emergir questões históricas relacionadas à geopolítica do planeta. Líderes de vários países aproveitaram-se do espaço privilegiado para retomar diálogos interrompidos pelo tempo ou pela circunstâncias.

Micheline Calmy-Rey, ministra das Relações Exteriores, na terça-feira à noite em Berna, encontrou-se com seu colega inglês Jack Straw. Os dois discutiram a Iniciativa de Genebra - considerada pela Inglaterra como uma complementação útil para o "Road Map" - o plano de paz entre israelenses e palestinos elaborado pelos EUA.

Outros que aproveitarão Davos para discutir discretamente os problemas do passado serão Joseph Deiss, ministro suíço da Economia e atual presidente da Confederação Helvética, e Tayyip Erdogan, primeiro-ministro da Turquia.

O relacionamento entre os dois países esfriou depois que, em dezembro, a Câmara de Deputados suíça reconheceu o genocídio de armênios provocado por tropas turcas em 1915.

Diversidade

Além de políticos de várias cores e tendências, empresários serão também as personalidades mais vistas durante o Fórum Econômico Mundial, que vai até 25 de janeiro.

Grandes nomes da economia suíça como Walter Kielholz, presidente do conselho de administração do Credit Suisse, Daniel Vasella, presidente da Novartis e Peter Brabeck, presidente da Nestlé, estarão discutindo com outros 2,1 mil representantes do capitalismo que estão em Davos.

Segurança

Mais de 4,7 mil soldados controlam a região e a cidade de Davos. Também o espaço aéreo está interrompido para qualquer aeronave não identificada. Aviões militares têm a autorização de derrubar qualquer aeronave estranha. O medo de um atentado como em Nova York está presente.

Paralelamente também são aguardadas diversas manifestações, como ocorreram no ano passado. No ano passado, a polícia chegou a se confrontar com jovens encapuzados em Davos, Zurique e Berna.

O custo total da segurança durante o evento ultrapassa os 30 milhões de francos (US$ 24 milhões), financiados pelos governos local e federal.

As informações são do site swissinfo.org