Usinas térmicas que abastecem Nordeste poderão ser adaptadas para funcionar a óleo

21/01/2004 - 19h03

Brasília, 21/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - As usinas térmicas do Programa Prioritário de Termelétricas (PPT) que abastecem a região Nordeste podem ser adaptadas para funcionar a óleo. A informação foi dada pelo diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Isaac Averbuch, após reunião no Ministério de Minas e Energia, com representantes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Petrobras, para discutir o abastecimento das térmicas na região. Hoje, a maioria das termelétricas do PPT é movida à gás natural.

"Não há risco de faltar energia", afirmou Averbuch. De acordo com ele, o ONS constatou que o Nordeste não dispõe de gás suficiente para que duas térmicas funcionem com a potência máxima: a Termo Fortaleza e a Termo Ceará. Averbuch informou que cada usina pode gerar no máximo mais de 200 megawatts (MW). Ele acrescentou que outras duas térmicas não entraram em operação comercial, estão em fase de testes.

Averbuch destacou que os custos da mudança para óleo, que é mais caro que o gás natural, não vão ser pagos pelo consumidor. O diretor explicou que é responsabilidade das geradoras arcarem com a diferença de preços do gás e o óleo. Assim, as distribuidoras não terão despesas extras e, conseqüentemente, o consumidor também não será afetado. Ele acredita que a adaptação de gás para óleo pode ser feita ainda neste ano.

Em novembro do ano passado, o ONS acionou termelétricas emergenciais para abastecer o Nordeste, já que os níveis dos reservatórios da região estavam muito baixos. As térmicas emergenciais foram contratadas pelo governo para evitar novo racionamento de energia e são pagas com a arrecadação do encargo emergencial, seguro-apagão. O governo acionou também as térmicas do PPT, que têm custo menor que as emergenciais.