OAB-RJ verificará tratamento dado a advogado de traficante no presídio Ary Franco

21/01/2004 - 11h02

Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Rio - Três integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil secção Rio de Janeiro (OAB-RJ) irão à tarde ao presídio Ary Franco, na zona Norte da cidade, onde está detido o advogado do traficante Luiz Fernando da Costa (Fernandinho Beira-Mar), Paulo Roberto Cuzzuol. A notícia de que o advogado teve de cortar o cabelo, tirar o cavanhaque e vestir o uniforme da unidade prisional deixou revoltados os integrantes da Ordem.

A comissão quer apurar se o tratamento dado a Cuzzuol viola os direitos humanos e se há necessidade de ele ser transferido para outro presídio. Se for confirmada alguma irregularidade, a OAB-RJ pretende processar os responsáveis. Paulo Roberto Cuzzuol foi preso na última sexta-feira (16) com US$ 320 mil do traficante.

De acordo com a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, o presídio Ary Franco é considerado porta de entrada para outras unidades prissionais do Estado e há mais de 30 anos segue normas para o ingresso de detentos, entre elas o corte de cabelo e barba, e o uso do uniforme-padrão para todos os presos, a fim de preservar as condições de higiene no local e facilitar as avaliações médicas.

A Assessoria nega que o advogado do traficante Fernandinho Beira-Mar seja vítima de perseguições pessoais e contesta as suspeitas de violação dos direitos humanos. Argumenta ainda que um acordo com a secretaria e o governo do Estado determinou que o presídio Ary Franco reserve uma ala especial para os presos federais, como é o caso de Cuzzuol. Ele divide a cela com outros detentos federais.