Brasília, 19/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Assembléia Permanente das Câmaras da Agricultura da França, Luc Guyaun, reuniu-se hoje com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin, para conversar sobre a produtividade do agronegócio brasileiro.
Segundo o secretário, o encontro pode gerar novos negócios para o Brasil. "Os franceses ficaram impressionados com a nossa produção, perguntaram também sobre preços de lotes. Isso pode trazer muitos investimentos, principalmente para a produção agrícola. Como eles não conseguirão dobrar o Brasil, vão acabar se juntando a nós", observou.
Os pontos de destaque da conversa foram a alta produtividade e a inclusão econômica do pequeno produtor. "Conseguimos mostrar que o crescimento está baseado na produtividade e que a agricultura de mercado não conta com subsídios do governo, diferentemente do que ocorre com a França. Além disso, foi importante mostrar também a importância do pequeno produtor, que está tendo a sua renda aumentada. Ano passado tivemos um aumento de 30% nos contratos feito pelo Pronaf", afirmou Wedekin.
A União Européia é um importante mercado para o Brasil. Do total das exportações do agronegócio, entre 35% e 40% vão para a União Européia. "No ano passado, o Brasil exportou U$ 30,6 bilhões e 37% desse total foi para a União Européia", destacou Wedekin.
De acordo com Luc Guyau, Brasil e França se complementam, mas também têm produtos concorrentes, como a carne e o açúcar, os principais. "Nós pretendemos aumentar a nossa produtividade e também a exportação. Por isso, Brasil e França devem entrar em um entendimento para não haver confrontos", defendeu Guyau. Ele elogiou também a criação do Programa Fome Zero, como parte da política do governo brasileiro para combater a miséria.
O secretário anunciou duas novidades para o plano de safra 2004/2005: o fundo de investimento no agronegócio e a venda de títulos privados do agronegócio tendo como garantia a produção. O fundo de investimento será criado para captar recursos de investidores brasileiros e estrangeiros. "Atualmente, a produção de grãos ocupa 58 milhões de hectares, porém, ainda temos mais 90 milhões que não são usados por falta de investimento. O fundo vai atuar para ajudar a captar investimentos para a produção", revelou Wedekin.