Raquel Ribeiro e Ellis Regina
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Um dos temas mais polêmicos da pauta da convocação extraordinária que começa hoje será a votação da Lei de Biossegurança. A comissão especial que analisa a matéria na Câmara dos Deputados já marcou reunião para amanhã (20), quando será apresentado o relatório preliminar do deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP).
No final do ano passado, Rebelo chegou a marcar a apresentação de seu parecer, mas adiou a reunião porque não havia consenso sobre os pontos mais polêmicos do projeto. A proposta prevê a definição de regras para o plantio e comercialização dos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) – os transgênicos – bem como a remoção dos obstáculos legais para pesquisas com as células-tronco entre outros pontos.
A regulamentação dos transgênicos será feita e fiscalizada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e pelo Conselho Nacional de Biossegurança, órgão criado pela nova lei. O conselho será também o instrumento de assessoria pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na definição das políticas públicas relativas à biossegurança no Brasil.
Rebelo é favorável à proposta encaminhada pelo Governo ao Congresso. O parlamentar avalia que os OGMs terão papel importante no futuro da produção agropecuária mundial e por isso o Brasil não pode ficar de fora do uso da nova tecnologia. "China, Índia e Argentina além dos Estados Unidos já se beneficiam em larga escala da nova tecnologia. A Europa, que lidera a resistência aos transgênicos, já tomou a decisão estratégica de lutar contra seu próprio atraso em pesquisas com OGMs", avalia o relator.
O projeto foi encaminhado ao Congresso Nacional em 31 de outubro de 2003 depois da polêmica instalada no governo federal sobre a liberação do plantio e comércio de sementes geneticamente modificadas (transgênicas).