Brasília, 19/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - O primeiro Encontro com o Cinema Brasileiro do ano, no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, homenageia a África. O encontro faz parte da mostra Arte da África e pretende debater a diversidade cultural dos países africanos. Em entrevista hpje à NBR – o canal a cabo da Radiobrás – o cineasta Renato Barbieri comentou que os filmes são uma verdadeira excursão pelo continente.
O filme de Barbieri, Atlântico Negro – na rota dos orixás, abre a mostra. Filmado em Benin, no Maranhão e na Bahia, a proposta do filme é criar um diálogo entre Brasil e África. "O filme já existe há algum tempo. Mesmo assim, tem gente que ainda não viu, outras pessoas querem ver de novo", explica o cineasta. Atlântico Negro revela um lado pouco conhecido da África: o dos bairros de brasileiros no país. "Eles ainda mantêm uma cultura urbana do século XIX", diz Barbieri.
Se na África a cultura brasileira parou no tempo, no Brasil a cultura africana se modificou. O cineasta explica que a tradição dos orixás é diferente nos dois países. "O DNA é o mesmo, mas a construção dos templos, a condução do culto e até a vestimenta é diferente". Segundo Barbieri, os sacerdotes brasileiros "mantêm um profundo respeito pela África".
Ele ainda explica que filmar no continente africano foi uma experiência emocionante. "A equipe ficou até estressada de tanta emoção".
O Encontro com o Cinema Brasileiro vai promover, também, um debate com cineastas dos filmes em cartaz. Nesta terça-feira (20), após a exibição do filme de estréia, Renato Barbieri e Luis Antonio Silveira conversam com o público. A mostra vai até domingo (25), no cinema do Centro Cultural Banco do Brasil.