Começa amanhã em Brasília exposição Arte da África

19/01/2004 - 15h35

Marquele Antunes
Repórter da Agência Brasil

Brasília, 19/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - Começa nesta terça-feira (20), no Centro Cultural Banco do Brasil, a mostra "Arte da África". A exposição conta com cerca de 170 objetos do Museu Etnológico de Berlim que possui um acervo de 75 mil peças africanas. A mostra apresenta obras de 31 países africanos, com ênfase no Congo, Camarões e Angola.

As obras expostas são documentos importantes, retratam a cultura e a história da África. Alguns trabalhos testemunham o encontro das culturas africanas e européias, como peças afro-portuguesas em marfim ou em cruz, que representam os missionários enviados pelo rei de Portugal na tentativa de cristianizar o Congo. Segundo Peter Junge, curador-chefe do Departamento de África do museu alemão, muitas obras eram vendidas para o mercado europeu. "Muitos objetos foram produzidos para os europeus representados em figuras africanas", comenta.

A mostra é divida em três centros temáticos. O primeiro é o de Esculturas Figurativas que contrasta arte e poder político, com retratos comemorativos de reis e objetos da realeza, mostrando uma sociedade hierarquicamente organizada. A importância dos ancestrais para os povos africanos também é explicada no tema. "Os ancestrais têm papel importante para a cultura, já que o conhecimento é transferido de geração em geração", diz Peter. De acordo com o curador da mostra, a estátua pode ser um local onde o espírito do ancestral mora e lembra as pessoas das suas regras.

O segundo tema, Performace, conta com instrumentos musicais e máscaras usadas como fonte de inspiração para o estilo cubista e naturalista. As formas dos instrumentos musicais se assemelham aos seres humanos. "A exposição vai mostrar que na África não se toca apenas tambor", comenta Peter. O visitante poderá assistir filmagens que mostram a música e a dança de diversas partes do país.

O terceiro tema da exposição, chamado Design, é dedicado a objetos de uso cotidiano, como jóias, esteiras e encosto para a cabeça. Segundo Peter, os objetos usados no cotidiano desses povos representam o prestígio e a riqueza do dono.

A exposição foi projetada cuidadosamente para que a luz emanasse das obras e não do espaço. "Esse cuidado permite que o visitante veja as peças como elas realmente são, sem alteração de cor ou forma", explica Marcelo Dantas, responsável pelo desing e montagem da exposição.