Daniel Merli
Repórter do Planeta Porto Alegre
Mumbai, Índia - Numa das pequenas tendas engenhosamente montadas pelos indianos, se juntaram alguns dos membros do Fórum Mundial das Alternativas (FMA). Esse outro Fórum, um pouco mais antigo que o outro, reúne centros de estudos dos cinco continentes. A proposta está em seu nome: buscar alternativas para a globalização financeira.
Na manhã de ontem, o Fórum das Alternativas deu um passo importante para aumentar sua coesão. Foi o lançamento oficial do "Répertoire des mouvements sociaux", que pode ser traduzido melhor como Enciclopédia dos Movimentos Sociais. A página eletrônica (www.social-movements.org) já reúne material sobre 107 organizações – são 50 latino-americanas e 50 européias, 40 da África e 15 dos Estados Unidos e Canadá e apenas duas asiáticas.
"Temos desde os dados básicos, do tamanho e da forma de organização de cada movimento, até textos de análises, e coisas ainda mais simples, mas que muitas vezes fazem falta, como o endereço eletrônico, o postal e o telefone da sede", explica François Polet, do Centro Tricontinental, da Bélgica.
Aprofundar a convergência
"A enciclopédia vai ser uma ótima forma de manter algum contato entre os 100 mil que foram a Porto Alegre e os 60 mil que foram a Paris, no Fórum Social Europeu", analisa Christophe Aguiton, do ATTAC França. Também pode ser uma boa forma dos movimentos aprenderem um com a atuação do outro. É o que pensa o secretário-geral do centro de estudos canadense Alternatives, Pierre Beaudet. "Em Quebec, temos um caso muito interessante, que pode servir a muitos outros sindicatos. É uma central sindical que dobrou o número de filiados porque saiu para organizar a nova classe trabalhadora. Foram atuar com o sujeito que trabalha na empresa terceirizada, limpando banheiro, e também com o trabalhador autônomo".