Parmalat não quitou toda a dívida com forncedores nesta sexta

16/01/2004 - 17h45

Brasília, 16/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - Apesar da garantia de saldar todas as suas dívidas hoje, a Parmalat não cumpriu a promessa e quitou apenas parte do débito, que era de R$ 25,4 milhões. A empresa depositou esta quantia, porém, não foi o suficiente, pois haviam outros passivos bancários. Ficaram de fora a Cooperativa Santa Helena, em Goiás, onde o débito é de R$ 5 milhões, cooperativas e produtores do sudoeste do Paraná e Garanhuns, em Pernambuco. A promessa é de que eles recebam o dinheiro na segunda-feira.

Já em Carazinho, no Rio Grande do Sul e Itaperuna, no Rio de Janeiro, a situação foi resolvida no final da tarde. No Rio de Janeiro, o problema era mais crítico e a dívida chegava a R$ 6,7 milhões, sendo que R$ 1,7 milhões eram relativos ao mês de dezembro.

Apesar dessa solução parcial, Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional de Pecuária Leiteira, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, considera a situação muito preocupante. "Os números de passivos que eles apresentaram aos bancos, depois de uma rápida investigação, se mostram muito maiores, não batem. Isto configura o que aconteceu na Itália. Antes eu dizia que aqui era diferente e nossa expectativa era outra, mas começamos a refazer esta impressão", lamenta Alvim.

Ele também lembra o fato de, há alguns dias, dirigentes da empresa terem vindo a Brasilia e terem "se comprometido em público de que tudo seria saldado hoje. A promessa foi feita de público, perante o ministro e a imprensa. E quando isto não é cumprido, podemos desconfiar."

Hoje ele conversou com a direção do Banco do Brasil e garantiu ter percebido "sinais de boa vontade para resolver o problema. Porém, não obteve nenhuma resposta concreta. "O Banco está rastreando o problema das cooperativas e verificando suas possibilidades". Ricardo Alvim também está em negociações com a rede bancária privada, para viabilizar o pagamento das dívidas de produtores e cooperativas. "Queremos algum prazo, até que a situação se normalize. Afinal, logo termina o pico da safra, e a situação começará a melhorar", completa.