Brasília, 16/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - As impressões digitais das extremidades dos dedos são gordurosas, fato que lhes confere certa aderência. O pó fluorescente, hoje utilizado quando se necessita colhê-las, adere às impressões gordurosas. Contudo, estas, não raras vezes, quando reveladas deixam a desejar quanto à precisão, podendo levar à confusão sobre um provável suspeito.
Uma das maneiras de solucionar esta questão está na aplicação das nanopartículas. Ligando-se avidamente aos menores traços gordurosos deixados pelos dedos, elas como que "dão corpo" às impressões, permitindo, assim, que a polícia obtenha impressões digitais mais confiáveis.
Na Universidade de Sunderland, na Inglaterra, pesquisadores estão desenvolvendo nanopartículas ávidas, que buscam ativamente toda molécula de gordura. Tratam-se de minúsculas esferas de vidro, de 200 a 600 nanômetros (bilionésimos de metro) de diâmetro, revestidas com moléculas hidrofóbicas que repelem a água e são atraídas pela gordura.
Fluorescentes, essas nanopartículas poderão fazer realçar os mais ínfimos detalhes das ramificações, terminações de arcos e redemoinhos das impressões digitais, como informa o professor Fred Rowel, um dos cientistas envolvidos na pesquisa.
O Projeto foi apresentado em Londres, em outubro, no encontro sobre Nanotechnology in Crime Prevention and Detection, que tratou das nanotecnologias para prevenção e detecção da criminalidade. (LQES/Unicamp)