Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Estado do Rio de Janeiro ganhará, a partir de amanhã, o status de exportador de energia, com a assinatura de dois contratos de fornecimento de gás para a Termelétrica do Norte Fluminense, do grupo francês EDF, controlador da Light. O primeiro contrato refere-se à fase "upstream" (produtor) e engloba a venda e fornecimento pela Petrobrás de 3,4 milhões de metros cúbicos/dia de gás para compra e recebimento pela CEG-Rio, visando ao atendimento das necessidades da UTE Norte Fluminense.
O secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Rio de Janeiro, Wagner Victer, afirmou que o fornecimento desse montante de gás levará a termelétrica a alcançar 780 MW de potência instalada.
A entrada em operação comercial da UTE do Norte Fluminense em março próximo (ciclo aberto) significa para o secretário "um marco na história do desenvolvimento do Rio de Janeiro", na medida em que o estado, hoje auto-suficiente, "terá capacidade de geração de energia elétrica superior à sua demanda média e passará a ser, pela primeira vez em sua história, um exportador de energia elétrica". A expectativa é de que ainda no 1o. semestre o Rio de Janeiro já exporte 30% da energia que produz. Em 1998, o Estado importava 60% da energia que consumia.
O segundo contrato que será assinado amanhã, na sede da secretaria, é relativo ao "downstream" (distribuidor), entre a CEG e a UTE Norte Fluminense. No mesmo dia, a termelétrica iniciará o período de pré-operação, por meio da 1a. "queima de gás natural", com acionamento das turbinas, que se estenderá até março. O chamado "ciclo fechado", que marcará a conclusão das obras, será inaugurado em agosto, com a entrada em operação da unidade a vapor da UTE.
A assessoria informou que graças ao programa de incentivos fiscais do governo estadual concedido ao programa prioritário de termelétricas, o Rio de Janeiro pode se isolar do sistema energético brasileiro em caso de ameaça de racionamento, ficando sem ilhamento, isto é, sem apagão. A medida objetiva garantir a realização, sem problemas de energia de qualquer espécie, dos Jogos Panamericanos de 2007, que acontecerão na capital fluminense.
A UTE do Norte Fluminense consumiu investimentos de US$ 500 milhões. Sua capacidade instalada representa cerca de 15% do consumo do Estado.