Resultados industriais de novembro sugerem recuperação, segundo CNI

15/01/2004 - 15h43

Brasília, 15/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - O faturamento real (desconsiderados os efeitos inflacionários) da indústria apresentou queda de 5,71%, no mês de novembro, em comparação com outubro. No entanto, os dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam recuperação da atividade no segundo semestre de 2003. Isso devido à alta de 1,72% do indicador dessazonalizado (eliminando influências características de determinado período). No acumulado do ano, o resultado indica queda de 0,27%, mas apresenta melhora, se comparado com o desempenho acumulado negativo do mês anterior, de 0,74%.

No mercado de trabalho, a indústria registra desempenho positivo. Em novembro, o índice dessazonalizado registra crescimento de 0,32%, a quarta alta consecutiva. Para Flávio Castelo Branco, coordenador da Unidade de Política Econômica da CNI, o resultado mostra que a reativação da indústria começa alcançar o mercado de trabalho. O efeito atinge também o salário real pago pela indústria, com alta de 5,30%, na comparação com outubro. De acordo com os dados dessazonalizados, a alta foi de 2,81%, a taxa mais alta do ano. "Há uma reação positiva do mercado de trabalho importante para gerar nova renda e com isso retroalimentar o processo de crescimento", afirma Castelo Branco.

O nível da capacidade instalada recuou 1,2%, passando de 81,2% em outubro para 80%, em novembro. Segundo Castelo Branco, não há nenhum empecilho para o setor industrial aumentar sua produção, este ano.

Para 2004, a expectativa da CNI é de crescimento gradual, com repercussão positiva no mercado de trabalho. Segundo Castelo Branco, isso se justifica pela existência de um "ambiente" econômico favorável no Brasil e no exterior, com a redução das taxas internacionais, queda do risco pais nos últimos dias e mudanças na taxa de câmbio que exerce pressão sobre a inflação e a mantém sobre controle. Ele prevê ainda uma redução de um ponto percentual na Selic, taxa básica de juros, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Segundo o coordenador de política econômica, o desafio para a economia brasileira é manter o crescimento por meio de investimentos, em infra-estrutura, na indústria e outros setores.