Recife, 15/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - A juíza Amanda Torres de Lucena, da 13ª Vara Federal, vai ouvir hoje sete depoimentos de pessoas envolvidas com uma rede de tráfico internacional de órgãos humanos.
O esquema, que movimentou em um ano US$ 4,5 milhões, foi descoberto pela Polícia Federal no início de dezembro do ano passado, quando 11 acusados foram presos, incluindo dois israelenses, um ex-militar do Exército e um médico.
O primeiro a ser interrogado é o capitão da reserva da Polícia Militar de Pernambuco, Ivan Bonifácio, apontado como líder do grupo. Ele informou ontem aos deputados da CPI estadual que investiga o crime ter recebido US$ 2 mil por cada pessoa que conseguia convencer a vender um dos rins a receptores do exterior, que faziam as cirurgias em Durban, na África do Sul.
O militar revelou que o esquema, comandado pelo oficial da reserva do Exército israelense, Gedálya Tauber, se instalou em Pernambuco devido ao grande interesse de pessoas pobres em vender seus órgãos, para obter vantagens financeiras.
Mais de 10 pernambucanos se submeteram ao procedimento, entre eles um marceneiro e um mecânico.
O crime de tráfico internacional de órgãos prevê pena de 10 a 13 anos de reclusão.