Brasília, 15/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - Neste ano, 20 mil novos pacientes diagnosticados com o vírus HIV terão garantia de atendimento. Isso porque o Ministério da Saúde conseguiu uma economia de 37% em cinco dos 13 medicamentos que compõem o coquetel de combate à Aids e o governo vai deixar de gastar R$ 299 milhões.
O ministro da Saúde, Humberto Costa, divulgou hoje os resultados da negociação. Segundo ele, a tarefa foi "difícil, mas bastante satisfatória". O governo conseguiu descontos de 10% a 76,6% junto aos fabricantes desses medicamentos. "O importante é que a economia feita garante a auto-sustentação do programa. Vamos continuar dando tratamento adequado a todo brasileiro que precisar de tratamento para Aids", festejou o ministro.
Com a negociação de hoje, o Ministério da Saúde conseguirá descontos na compra dos seguintes medicamentos: Nelfinavir, Lopinavir, Efavirenz, Tenofovir e Atazanavir, dos laboratórios Roche, Abbot, Merck Sharp & Dohme, Gilead e Bristol, respectivamente. O Tenofovir e o Atazanavir são as novas drogas que compõem o coquetel de combate à Aids.
Os gastos com terapia anti-retroviral e ações educativas para prevenção da Aids seriam de R$ 807 milhões em 2004. Com os descontos, essa despesa passa a ser de R$ 508 milhões. Desde 2000, o governo vem fazendo uma economia média, anual, de R$ 36 milhões.
Outro fator positivo nas negociações é que o governo não precisará da licença compulsória de nenhum desses medicamentos, ou seja, o Brasil deixa de comprar similares na Índia. "A economia que faríamos com a importação do medicamento indiano seria menos de 2% de todo o gasto que temos com o programa" explicou o ministro.
O ministro ressaltou outras vantagens que a negociação proporcionou: a doação de medicamentos para todos os pacientes pediátricos (8.700 crianças) e a substituição de um dos medicamentos (Nelfinavir), cujos estoques estavam acabando.
Humberto Costa disse que, com a economia na compra de medicamentos, o ministério poderá intensificar as ações educativas, o programa "Fique Sabendo", que estimula a realização do exame para diagnosticar a doença e a distribuição de preservativos.