Rio, 15/1/2004 (Agência Brasil - ABR) - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desembolsou, em 2003, R$33,1 bilhões, superior 6,4% ao resultado apurado em 2002, que foi de R$31,1 bilhões. "Apesar de ter sido um ano difícil para a economia como um todo, a instituição teve um bom desempenho operacional", avaliou o vice-presidente do banco, Darc Costa.
Incluindo os recursos extraordinários do Tesouro Nacional para o Programa Emergencial de Energia(PEE) e do Programa FAT Exportação(PFE), decorrentes das crises de energia e externa, da ordem de R$1,8 bilhão e R$ 177 milhões, respectivamente, o orçamento efetivamente desembolsado pelo Banco em 2003 sobe para R$35,1 bilhões. Em 2002, esses recursos extraordinários atingiram R$ 6 bilhões para o PEE e R$1,1 bilhão para o PFE.
O volume de liberações "é a demonstração cabal de que o BNDES recuperou em muito sua capacidade operacional no exercício de 2003, depois de um início em que tivemos que fazer uma profunda reforma administrativa decorrente de um processo de mudança" que levou a instituição a atravessar um período de "arrefecimento" no nível de consultas, aprovações e enquadramentos, declarou Darc Costa.
No final do ano, porém, em relação a 2002, o BNDES registrou crescimento de 17% nas aprovações, que somaram R$38,1 bilhões; um crescimento de 34% no nível de enquadramento, com R$38,8 bilhões; e um nível de consultas de 14% acima do ano anterior , alcançando R$42,9 bilhões. Costa afirmou que "isso sinaliza um horizonte mais sólido para o crescimento dos desembolsos do BNDES no exercício de 2004, porque a aprovação de hoje é o desembolso de amanhã".
Outro fato considerado relevante pelo vice-presidente do BNDES no desempenho operacional do Banco no ano passado foi o aumento dos desembolsos, com as operações de micro, pequenas e médias empresas, que cresceram 21,7%, saindo de um volume de R$8,2 bilhões, em 2002, para R$10 bilhões, em 2003. O volume de desembolsos para as MPEs em 2003 correspondeu a 32% do total de liberações do Banco.
Para financiamento à exportação, foram liberados R$11,9 bilhões, o que representa crescimento de apenas 1% em comparação a 2002. Isso porque o BNDES recebeu poucos recursos diretos de repasse para essa atividade, o chamado FAT Exportação, esclareceu Costa. "Nós conseguimos crescer as exportações com recursos próprios. Executamos com recursos do BNDES R$1 bilhão a mais do que os R$10,7 bilhões realizados em 2002. A diferença, ou seja, R$200 milhões, foi transferida ao banco pelo Tesouro.