Brasília, 14/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Comissão Nacional de Pecuária Leiteira da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) disse que a crise da Parmalat é uma demonstração de que é necessário reestruturar o setor para que seja menos vulnerável aos grandes conglomerados. No entanto, afirmou que a maior preocupação é no curto prazo. "Vamos ver se a Parmalat vai honrar com os seus compromissos no dia 16 e, então, nós respiramos e vamos tratar do assunto para a frente".
No dia de hoje, produtores e industriais do setor lácteo estiveram reunidos com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. O Ministério da Agricultura avaliará ainda hoje se há recurso disponível, no Banco do Brasil, para a liberação de empréstimos para produtores de leite. O representante da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Rodrigo Alvim, disse que o setor precisa de R$ 500 milhões, este ano, sendo R$ 150 milhões, agora em janeiro.
Eles conversaram também sobre a possibilidade de compra de duas mil toneladas de leite em pó recebida pelas cooperativas do setor como pagamento de dívidas da Parmalat. O leite seria usado pelo Fome Zero para distribuição à população atendida pelo programa. Segundo Alvim, o ministro disse que é preciso estudar as possibilidades no orçamento da União.
Importações de leite
Outro assunto da reunião foi a questão do acordo de importação de leite da Argentina e Uruguai, que vencem em fevereiro e março, respectivamente. O acordo prevê um preço mínimo para que o produto não chegue ao Brasil por valor abaixo do praticado no país de origem. "O ministro vai nos apoiar politicamente nesse processo porque com certeza são questões que ferem os interesses comerciais do Uruguai e Argentina", disse Alvim. Cerca de 60% da importação brasileira de leite vêm desses países.