Médicos peritos vão aos postos do INSS explicar motivos da greve

14/01/2004 - 17h39

Brasília, 14/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - Convocados pela Associação Nacional de Médicos Peritos, os profissionais da área foram hoje aos postos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de várias capitais do país para explicar à população os motivos da greve da categoria que já se arrasta por 41 dias. Só no mês de dezembro, a greve impediu a realização de 100 mil perícias médicas, necessárias para o pagamento do auxílio-doença, auxílio-acidente e benefícios por invalidez.

O presidente da associação, Eduardo Henrique de Almeida, explicou que os médicos continuam dispostos a negociar com o governo, mas não aceitam "passar a borracha" no acordo feito, ao longo de dez meses de negociação, com o ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, em outubro do ano passado. "A gente se propõe a discutir e levar as negociações adiante, mas do ponto onde parou", disse Almeida.

A assessoria do Ministério da Previdência informou, no entanto, que o ministro Ricardo Berzoini não assinou qualquer acordo, mas uma proposta de intenção. Segundo a assessoria, o ministério sequer dispõe de autonomia para isso, já que a proposta envolve questões salariais, que devem antes ser analisadas pelo Ministério do Planejamento.

A proposta do governo, apresentada aos servidores no último dia 7 de janeiro, sugere a criação de uma comissão para elaborar projeto de lei que estruturaria a Carreira, além de definir um calendário para implementação da nova tabela de remuneração e a realização de concursos públicos a partir do segundo semestre de 2004. A proposta foi rejeitada e a greve mantida.

A associação informa que novas manifestações estão programadas para os dias 20 e 21 de janeiro, em frente ao Congresso Nacional.