Brasília, 14/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - Um grupo de pesquisa da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (Fop), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), analisou 177 amostras de chás de ervas e chás pretos nacionais, 11 variedades de chás pretos importados e 21 amostras de bebidas à base de chá. O objetivo foi verificar as taxas de flúor e de alumínio presentes nas amostras.
Em todos os resultados, segundo o estudo já publicado na Revista de Saúde Pública, as taxas de alumínio estiveram dentro das consideradas seguras para a saúde bucal dos consumidores. O mesmo não ocorreu para os números do flúor, como mostra a pesquisa assinada por Mitsue Fujimaki Hayacibara, Celso Silva Queiroz, Cínthia Pereira Machado Tabchoury e Jaime Aparecido Cury.
Apesar de ser considerada uma substância importante para a saúde dos dentes, principalmente em crianças, a ingestão excessiva de flúor pode causar um doença conhecida como fluorose. A enfermidade pode acarretar problemas apenas estéticos, como manchas nos dentes, ou mais sérios, como afetar a formação do esmalte.
De acordo com o experimento realizado no interior paulista, taxas absolutamente seguras para a saúde bucal foram encontradas apenas nos chás de ervas. Nas bebidas à base de chá e nos chás pretos as concentrações de flúor foram classificadas como altas.
Se for considerado apenas o risco estético para os dentes, a ingestão de uma única xícara de bebida à base de chá ultrapassa o limite considerado ideal. Em se tratando de crianças, que já estão expostas a outras fontes de flúor, como pela água, a situação pode ser ainda pior.
O problema não se restringe ao Brasil, explica o estudo. A ingestão de bebidas à base de chá, nos Estados Unidos, conforme mostrou pesquisa recente, também tem contribuído para a ingestão de flúor em níveis acima dos considerados seguros. (Agência Fapesp)