São Paulo, 13/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - O policial militar Ivan César Salvador, que matou na noite de sábado, em São José dos Campos, o estudante e ajudante-geral Ednilson da Silva, de 21 anos, com um tiro de submetralhadora na boca, já está sendo investigado por outra ocorrência que resultou também na morte de uma pessoa, em 2002. A informação foi dada pelo ouvidor das Polícias de São Paulo, Itajiba Farias Ferreira Cravo, que defende que o PM deve ser julgado pela Justiça comum por homicídio doloso, ou seja, com intenção de matar.
Segundo o ouvidor, o Procedimento Operacional Padrão estabelecido pela Polícia Militar não prevê disparo de metralhadora na boca, ou levar o suspeito para uma rua com pouco movimento e sem iluminação para interrogatório.
"Não se justifica a ação do PM, nem a explicação de disparo acidental e que a vítima tentou resistir à prisão. O procedimento correto, neste caso, era encaminhar os suspeitos para a delegacia de polícia mais próxima".
Para Itajiba Farias, a alegação do PM é contraditória e serve de base para mostrar o despreparo do policial.
Ednilson e outros cinco amigos foram detidos porque o carro onde três deles estavam despertou atenção dos policiais, que mandaram o veículo parar. Como os três rapazes saíram com o carro do pai, mas não tinham habilitação, fugiram. Eles acabaram presos próximo da residência encontrada pela placa do carro e onde os outros dois jovens estavam. Todos foram obrigados a entrar no carro e interrogados em uma rua sem iluminação.
A assessoria da PM informou que no final da tarde de hoje o policial militar deixou o Presídio Romão Gomes, e está em liberdade aguardando o andamento do processo por decisão da Justiça.