Brasília, 13/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - Representantes do governo e da iniciativa privada criaram uma força-tarefa para recolher informações técnicas, diariamente, sobre a ferrugem asiática que ataca as lavouras de soja em dez Estados brasileiros (GO, MG, BA, MT, PR, SP, RO, MS, MA, TO). Segundo levantamento, há suspeitas de contaminação nas lavouras do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, porque o fungo se prolifera pelo vento, a baixas temperaturas, por milhares de quilômetros.
Na safra de 2003, de acordo com técnicos da Embrapa, a contaminação causou uma redução de 3,4 milhões de toneladas e fez o Brasil deixar de ganhar com as exportações US$ 750 milhões. Além disso, os custos de combate à doença com fugicidas e equipamentos adequados chegaram a US$ 1,3 bilhão.
Conforme o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, explicou o fungo não permanece nos grãos nem no farelo por ser de morte muito rápida. "Ele se prolifera apenas na roça, porque ataca as lavouras e o consequente desfolhamento da planta, provocando a queda da produvidade. Muitas vagens não chegam nem a desenvolver os grãos".
O técnico José Tadashi Yorimori, da Embrapa Soja, disse que a melhor forma de combater a doença é por intermédio do acompanhamento direto das lavouras. Ele não aconselha o uso indiscriminado de fungicídas, mas sim a verificação no campo, que deve ser feita por técnicos especializados, para saber se a doença está instalada. "A prevenção é o melhor remédio".
De acordo com Yoriomori, a proliferação da ferrugem asiática, que teve o primeiro registro no Brasil, em maio de 2001, no Paraná, se deu a partir do ano passado, por causa do clima favorável com chuvas e noites frescas, com temperaturas entre 17 e 21 graus. "Isto causa um melhamento de solo de 8 a 10 horas, favoráveis ao fungo". A Força Tarefa, por determinação do ministro Roberto Rodrigues, começou a trabalhar a partir de hoje a tarde, embora a Embrapa já venha pesquisando a ferrugem asiática a mais de um ano.