Embrapa aguarda patente sobre método para detectar mal da vaca louca

13/01/2004 - 12h03

Brasília 13/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - Desenvolvida há quase quatro anos pela equipe do pesquisador Carlos Bloch Junior, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen), em Brasília, a metodologia para detecção de componentes ou resíduos de origem animal nas rações destinadas a ruminantes pode ajudar vários países na prevenção do temido mal da vaca louca (encefalopatia espongiforme bovina).

A metodologia, descrita em patente depositada pela Embrapa, utiliza a espectrometria de massa e outros recursos para detectar proteínas de origem animal em rações comercializadas no mercado. Ao contrário dos outros métodos de detecção utilizados em vários países (microscopia óptica, Elisa e PCR), o método brasileiro é capaz de acusar a presença de proteínas de origem animal em até uma parte por bilhão, garantindo a precisão dos resultados das amostras analisadas.

O mal da vaca louca surgiu na Europa, em 1986, devido a adição de carne, ossos, sangue e vísceras na complementação ou suplementação protéica de ração. De lá para cá, a doença, que dizimou rebanhos na Europa, já foi detectada em vários países, entre eles no Canadá e, recentemente, nos Estados Unidos. No Brasil, o uso da proteína animal na fabricação de ração para bovinos é proibido e o risco de desenvolvimento da doença é mínimo, já que a maior parte do rebanho nacional se alimenta de pastagens.

A qualidade técnica do método brasileiro já é testada em diversos países. A Embrapa aguarda seu reconhecimento pelos orgãos competentes do exterior para começar a exportar uma tecnologia que pode auxiliar no monitoramento da qualidade da ração e evitar a contaminação de rebanhos. (Ascom Embrapa)