Nádia Faggiani
Enviada especial a Monterrey
Monterrey - O México é um dos grandes parceiros do Brasil no setor automotivo. Cerca de 50% das exportações brasileiras para esse país são veículos e autopeças. O filão foi descoberto há três anos, segundo o chefe comercial da Embaixada do Brasil, João Lucas Quental e só tende a crescer. "Em termos de vendas, o setor é bastante favorável ao Brasil pelas características do México, um país que possui moeda valorizada, mercado aberto e consumo similar ao brasileiro", diz Quental.
Ele prevê para este ano a segunda edição do Acordo de Complementação Econômica-53 entre Brasil e México, para redução de tarifas. Desde 2002, cerca de 800 produtos inseridos no comércio bilateral têm suas tarifas de exportação e importação reduzidas, entre eles, calçados, móveis e têxteis. "O acordo cria uma dinâmica positiva entre Brasil e México na medida em que setores não incluídos querem participar, como o setor automotivo que é prioridade para o Brasil e, do lado mexicano, o setor de eletroeletrónicos e químicos", afirmou.
Já houve uma primeira reunião entre Brasil e México nesse sentido e, no primeiro semestre deste ano, deve haver uma segunda reunião de negociação, previu Quental. "Existe o compromisso político de liberalizar o comércio bilateral e isso seria o primeiro passo", declarou.
Há previsão ainda de entrada em vigor, nos próximos anos, de uma área de livre comércio entre Brasil e México no setor automotivo, conforme o Acordo de Complementação Econômica-55 (Sice-55), firmado entre México e Mercosul.
Em 2002, o México foi o maior mercado importador de veículos do Brasil, equivalendo a uma receita de US$ 2,7 bilhões para o paós. O comércio bilateral tem crescido 25% ao ano, favorecendo a balança comercial brasileira. Já as importações de produtos mexicanos têm caído.