Assentados sob o Linhão do Paraná já colheram 3,5 toneladas de hortaliças

11/01/2004 - 12h00

Brasília - Agricultores familiares de Curitiba colheram 60 sacas de 20 quilos de feijão, cada uma, no Linhão do Alimento, um programa de cultivo de hortifrutigranjeiros sob 12 quilômetros das linhas de transmissão da Eletrosul, empresa parceira do Fome Zero, em parceria com a prefeitura da capital paranaense.

Vinte e seis famílias participam do plantio e da colheita e ao todo já retiraram 3,5 toneladas de hortaliças em todas as áreas plantadas do Linhão do Alimento. Até o final de fevereiro, a previsão é de que dois outros produtos, o milho e a mandioca, tenham safra recorde na área.

"O Linhão do Alimento está assentando 90 famílias do interior e de outras regiões do país com experiência no campo e que agora podem plantar, colher e ainda obter uma renda extra com a venda dos excedentes", disse o prefeito Cássio Taniguchi. E acrescentou:"Fizemos aqui uma espécie de minirreforma agrária e Fome Zero ao mesmo tempo".

As áreas sob os fios das torres não podiam ser habitadas, mas estavam vulneráveis a invasões. Foram, então, transformadas em lavouras comunitárias. Pela parceria, a prefeitura fornece assistência técnica aos lavradores e a Eletrosul elimina o risco de invasão das áreas localizadas sob as torres de transmissão, cercando-as com arame farpado.

Residente há mais de dois anos no Tatuquara – bairro de Curitiba beneficiado pelo programa -, Adriana Borges é uma das beneficiadas com uma pequena área de terra, perto do Moradias Santa Rita. "Graças a essa terra, não falta esperança para que as comunidades da região tenham qualidade de vida cada vez melhor", disse.

Enquanto seu marido trabalha durante o dia como auxiliar de produção em uma empresa da Cidade Industrial, ela cultiva frutas, verduras e mandioca sem agrotóxicos. Adriana conta que desde que a família se mudou do interior do estado para a capital, as crianças reaprenderam a brincar. "Trabalhar no campo é uma terapia, e o melhor de tudo é conservar o lote limpinho, ainda mais quando se mora perto desse lote".

As informações são do Fome Zero