Tecnologia digital ajudou na captura de Saddam Hussein

07/01/2004 - 15h47

Brasília, 7/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - Como em outras guerras, onde a tecnologia e o conhecimento científico serviram para ajudar na elaboração de táticas de combate, a do Iraque também se beneficiou dos avanços tecnológicos. Na captura de Saddam Hussein, no mês passado, a 4ª Divisão de Infantaria do Exército dos Estados Unidos usou um sistema digital chamado FBCB2 que lhe permitiu observar cada movimento de seus tanques a vários quilômetros de distância. Os comandantes viam em tempo real onde se encontravam os veículos e podiam alterar o andamento da missão na mesma hora, a qualquer sinal de imprevisto.

Também chamada de "divisão digital", a 4ª Divisão de Infantaria norte-americana é a primeira a ter o sistema, embora outras disponham de equipamentos também avançados tecnologicamente. O FBCB2 fez com que as imagens dos veículos dirigindo-se ao buraco subterrâneo onde se encontrava Saddam fossem vistas no centro de operações táticas da divisão, em Tikrit. Com as imagens consolidadas, o posicionamento de cada tanque norte-americano era representado, na tela dos computadores do centro de operações, com símbolos azuis e o dos tanques "inimigos", com símbolos vermelhos.

Os especialistas da área digital anunciam, com o novo sistema, o fim dos mapas em papel, muito usados em conflitos passados para demarcar a área de atuação dos exércitos e para estabelecer a tática de ação. Segundo esses especialistas, a nova tecnologia usada no Iraque ajuda a eliminar erros humanos e a falta de precisão técnica da antiga forma de elaboração de mapas em papel.

As tropas em campo recebiam as instruções à medida que iam deslocando-se, quando perseguiam o ex-presidente iraquiano, no início de dezembro. Seus veículos estavam equipados com um monitor de vídeo, um teclado selado e discos rígidos com memória de 6 e 10 gigabites e processadores de 333 ou 512 MHz. O equipamento foi instalado entre os assentos do motorista e do passageiro, em caixas de metal. Quem estava no centro de operações, em Tikrit, no entanto, declarou não estar "satisfeito" com a tecnologia. "Eu queria mesmo era estar ali", disse o coordenador da unidade de inteligência que confirmou a informação que levou à captura de Saddam, Stan Murphy. Para ele, nada substitui o fator humano. (Com informações da CNN)