Estudo sobre histórico familiar pode prevenir desenvolvimento do câncer de mama

07/01/2004 - 17h33

São Paulo, 7/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - Risco de desenvolver câncer na mana pode
ser reduzido ou até calculado com base no histórico familiar e individual, na idade da primeira menstruação, e na etnia. Segundo o mastologista do Hospital Sírio Libanês e do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), Jose Luiz Barboza Bevilacqua, o recurso ainda pouco difundido no Brasil possibilita a elaboração de uma estatística de risco que pode ser medida individualmente ou até para uma família.

O mastologista explica ainda que atualmente para as pacientes com risco eminente de desenvolver o câncer de mama é indicado o uso do Tamoxifeno, um hormônio feminino
modificado, que bloqueia as possíveis alterações celulares que podem causar a doença. "O uso desta substância deve ser discutida com o médico, pois há contra-indicações, já que o medicamento pode provocar trombose venosa, tromboembolismo pulmonar, e até câncer no útero. Embora estes sejam os mesmo riscos do uso de pílulas anticoncepcionais e da terapia de
reposição hormonal", alerta Bevilacqua.

Em alguns casos este tratamento não é indicado, sendo necessária à cirurgia profilática, que é a retirada da glândula mamária preservando o total da pele e os mamilos para que em seguida seja feita a reconstituição com prótese de silicone, ou o preenchimento do local com retalho de pele e gordura da parede abdominal.

Segundo o especialista, uma em cada 20 mulheres no Brasil vai ter câncer de mama ao longo de sua vida. Por isto, as medidas de prevenção são fundamentais para salvar vidas. Entre elas o uso da técnica empregada pelo mastologista Jose Luiz Bevilacqua pode prever o risco de câncer de
mama nos próximos cinco anos, ou ainda, fazer previsões detalhadas até os 90 anos da paciente.

Ele lembra que para as mulheres com baixo risco as medidas de prevenção devem continuar.
Tais como a realização mamografias anualmente após os 40 anos, evitar a obesidade e o cigarro, além de estar atento a incidência de câncer na família. Também são importantes o auto exame e
os exames clínicos em caso de dúvidas.