Rio, 28/12/2003 (Agência Brasil – ABr) - A Superintendência de Seguros Privados (Susep) continuará no próximo ano com o trabalho de popularizar o seguro, com o objetivo de ampliar a capitalização e o leque de consumidores. A Susep tem se reunido com o mercado segurador para a criação de seguros de baixo valor que englobe a população de baixa renda. De acordo com estudos da Susep, existe um potencial de 10 milhões de consumidores nessa faixa de renda e várias seguradoras já demonstraram interesse em captá-los.
O superintendente da Susep, René Garcia, acredita que o mercado em 2004 será marcado pela ampliação do universo de seguros para a camada de baixa renda. Ele esclareceu que o diferencial que permitiria um valor mais baixo do seguro para esse segmento da população seria o efeito escala. "Se você tiver produtos que sejam voltados para a baixa renda e conseguir alcançar um volume de negociação grande, isso diminui bastante o custo operacional da distribuição".
Outro ponto que está sendo discutido é a criação de mecanismos alternativos de distribuição, como as agências dos Correios e as grandes lojas para venda de seguros massificados. O superintendente da Susep informou que a idéia é que esses novos produtos para a baixa renda sejam voltados aos ramos de vida e acidentes pessoais, podendo, em alguns casos, ter seguro desemprego e auxílio funeral.
René Garcia ressaltou a necessidade do estabelecimento de um planejamento estratégico para o setor e de uma maior sinergia entre o órgão regulador e o mercado. Três novas frentes serão trabalhadas pela instituição em 2004: aumento da defesa do consumidor, busca de definição de uma política de subscrições pelas seguradoras e de uma política mais rígida de combate à fraude. Garcia disse não ter dúvidas de que o mercado, ao ajudar no acúmulo de reservas, aumenta a taxa de poupança e, com isso, reduz a taxa de juros de longo prazo.
O mercado segurador brasileiro sofreu o impacto da recessão econômica, que afetou em particular o ramo de automóveis, cuja queda deve atingir 12% este ano; e a venda de seguros de vida e de acidentes. Por outro lado, houve crescimento de quase 55% na área de previdência, disse René Garcia. Ele afirmou que, com o crescimento da economia em 2004, haverá um potencial enorme na parte de seguros pessoais, de vida, automóveis e previdência, que continuará sendo o principal motor do mercado.