Número de vítimas de terremoto no Irã pode passar de 20 mil

27/12/2003 - 10h47

Brasília - O terremoto que atingiu ontem (26) o sudeste do Irã provocou 20.000 mortos e 30.000 feridos, segundo um balanço oficial provisório divulgado pelo Ministério do Interior iraniano, mas organizações internacionais admitem que o número de vítimas fatais pode chegar a 30.000. A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho fez hoje um apelo para doação de 9,9 milhões de euros para ajuda às vítimas do terremoto.

Os recursos seriam para ajudar às milhares de pessoas que ficaram desabrigadas devido ao terremoto que na sexta-feira destruiu a cidade de Bam, causando entre 20.000 a 30.000 mortos, informou Roy Probert, porta-voz da Cruz Vermelha. Os fundos servirão para comprar tendas, grupos geradores e cobertores, anunciou o funcionário, que disse ainda que a Cruz Vermelha espera ajudar 200.000 pessoas durante seis meses.

A ajuda internacional prometida na sexta-feira por vários países e organizações internacionais já começou a chegar à região. Os primeiros aviões de socorro estrangeiros, provenientes da Rússia, Suíça, Alemanha e Grã-Bretanha aterrissaram na madrugada de hoje em Kerman, informou um porta-voz do governo local.

Dezenas de aviões militares iranianos também estão sendo mobilizados para evacuar os feridos no terremoto de Bam para os hospitais de Teerã e de outras cidades do país, numa operação que envolve centenas de soldados.

Kerman localiza-se a cerca de 180 quilômetros da cidade de Bam, que teve 60% da sua área destruída ou muito afetada pelos efeitos do terremoto. Segundo jornalistas franceses, em algumas localidades, cadáveres são depositados nos cemitérios locais, mas continuam insepultos.

As Nações Unidas anunciaram logo na sexta-feira o envio de uma equipe para a zona afetada para colaborar na coordenação das operações de socorro, assim como uma ajuda de US$ 90 mil. No entanto, a dimensão da tragédia deverá obrigar a ONU a aumentar o montante.

O Irã aceita ajuda de todos os países estrangeiros após o terremoto que abalou a cidade de Bam, incluindo os Estados Unidos, mas recusará a de Israel, afirmou hoje o porta-voz do Ministério iraniano do Interior, Jahanbakhsh Khanjani. Ele disse que o país necessita de cães e aparelhos de detecção para encontrar eventuais sobreviventes, mas também medicamentos, cobertores, tendas e casas prefabricadas.

Equipes portuguesas de busca e salvamento, num total de 37 pessoas, seguiram hoje à tarde para o Irã. A ajuda portuguesa é constituída por elementos de coordenação do Serviço de Proteção Civil, 16 membros do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, cinco equipes cinotécnicas (que incluem cães) e ainda 10 integrantes do Instituto Nacional de Emergência Médica. Segundo o Serviço Nacional de Bombeiros e Proteção Civil, as equipes viajam em um avião C-130 da Força Aérea Portuguesa.

As informações são da Agência Lusa.