Judocas brasileiros estão cada vez mais perto das Olimpíadas de Atenas

22/12/2003 - 7h59

Brasília, 22/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - A equipe que representará o Brasil nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, começa a tomar sua forma. A seletiva deste domingo (21/12), no ginásio do São Paulo FC, teve confrontos equilibrados, com oito lutas decididas no golden score (o golpe de ouro na prorrogação). Oito titulares mantiveram suas posições na seleção brasileira até o momento e apenas seis combates foram definidos em 2 a 0.

A Segunda seletiva será no dia 13/3, em Ipatinga (MG) e a terceira acontece no dia 2/4, ainda sem local definido. Saíram na frente Marli Midori, Alexandre Lee, Catia Maia, Danielle Zangrando, Leandro Guilheiro, Vânia Ishii, Flávio Canto, Cristina Sebastião, Carlos Honorato, Edinanci Silva, Luciano Corrêa, Daniel Hernandes e Priscilla Marques.O meio-leve masculino não teve disputa.

"Classificando qualquer um de nós, o Brasil estará bem representado em Atenas. É até injusto ter de sair alguém", comenta Flávio Canto que, junto com Tiago Camilo, protagonizou um dos confrontos mais emocionantes da tarde. "Ganhei na garra", acredita Canto, que saiu perdendo a série mas conseguiu reverter o placar.

Carlos Honorato, que tem há três olímpiadas Edelmar Zanol como adversário, também teve motivos para festejar: ganhou a primeira com um ippon com apenas 21 segundos de luta e, na segunda, virou o marcador com um yuko no zerar do cronômetro: "Nossa rivalidade faz crescer a categoria, pois todo mundo passa a treinar mais forte. Foi uma luta tática", resume Honorato.

No feminino, as leves Tânia Ferreira e Danielle Zangrando fizeram duas lutas com decisão no golden score. Em ambas, vitória de Danielle, sendo uma na decisão por bandeira. "Ainda há muita coisa pela frente. Vai ser daí para pior porque a Tânia vai treinar ainda mais", acredita Danielle, que venceu todas as competições que disputou nesta temporada, incluindo o Campeonato Brasileiro, o Sul-Americano e o Torneio de Ranqueamento Olímpico.

Vânia Ishii, que comemorou com um beijo no pai a vitória sobre Erica Moraes no meio-médio, é outra que prega a cautela. "Foi mais difícil do que eu imaginava e isso me faz ser ainda mais forte para vencer. Mas nada está decidido. Em março tem mais e não posso descuidar", diz Vânia, filha de Chiaki Ishii, o primeiro medalhista olímpico do judô brasileiro. "Não posso negar que não há pressão por ser filha de quem sou. Mas transformo essa pressão em orgulho", acrescenta a judoca.

Mostrando a força da nova geração do judô brasileiro, Leandro Guilheiro, no leve, e Luciano Corrêa, no meio-pesado, saíram na frente contra os campeões dos Jogos Pan-Americanos Luiz Camilo e Mário Sabino, respectivamente. Leandro venceu por 2 a 0 e Luciano precisou ir à decisão por bandeira no terceiro combate para cair nos braços do pai, Raimundo, e da namorada, Sarah.

"As Olimpíadas estão mais próximas do que nunca, mas tenho de ter atenção. O Chicão vai vir diferente para cima de mim em março", aposta Leandro, de 20 anos, campeão mundial júnior em 2002 e há quatro meses invicto. "Comecei mal e tive de dar a volta por cima. No judô hoje não tem favorito", diz Luciano, também de 20 anos, dono de duas medalhas de bronze na Universíade de 2003.

O técnico da seleção feminina de vôlei, José Roberto Guimarães, acompanhou a seletiva olímpica de judô neste domingo. Ex-praticante de judô na infância, José Roberto elogiou a modalidade: "O judô é um dos esportes em que o Brasil é mais vencedor no cenário internacional, em Mundiais e Olimpíadas. Com certeza quem sair dessa seletiva é candidato à medalha em Atenas", disse José Roberto. "Mas ouro certo mesmo, só o do vôlei masculino!", acrescentou, com bom humor.

O judô é a terceira modalidade que mais medalhas deu ao Brasil em Jogos Olímpicos. Foram dez podiums (dois ouros, três pratas e cinco bronzes), atrás apenas da vela e da natação, ambas com 12 medalhas.

As informações são da Confederação Brasileira de Judô.