Câmara e Senado da Suíça aprovam e segurança do Fórum Econômico em Davos será feita pelo Exército

22/12/2003 - 7h20

Brasília - A segurança das grandes reuniões internacionais está custando cada vez mais caro. O Fórum Econômico Mundial (WEF) de Davos, que será realizado no fim de janeiro, não é uma excessão.

Para tentar reduzir os custos - ao menos da segurança para o evento - foi solicitada uma forte presença do Exército suíço. Como a instituição não têm, em princípio, a função de exercer a polícia interna é necessária a aprovação do Parlamento. Foi o que aconteceu. Câmara e Senado aprovaram o envio de cerca de 6.500 soldados.

Com que utilidade?

O debate no Parlamento girou em torno da utilidade desses grandes eventos. Uma minoria de esquerda posicionou-se contra o envio do Exército, criticando a "militariação da segurança interna".

Mesmo os políticos à direita, que aprovaram o envio da tropa, pedem um redimensionamento "a tamanhos razoáveis" do WEF.

O ministro da Defesa, Samuel Schimid, disse que, se faturados os custos reais, a operação custaria 18 milhões de francos (US$ 15 milhões). Ressaltou, no entanto, que, como a maioria dos enviados estão no serviço militar obrigatório, os custos reais serão de apenas 1 milhão de francos.

Custos elevados

No ano passado, a segurança do Fórum de Davos custou 13 milhões de francos. Novamente este ano ela vai corresponder a mais da metade do orçamento do encontro, ou seja, 22 milhões de francos.

Mesmo com algumas economias previstas, o governo estadual dos Grisões - região onde ocorre o fórum - calcula que as despesas de segurança serão da ordem de 11 milhões de francos. O Cantão dos Grisões, a prefeitura de Davos e o governo federal arcam com o essencial dos custos com a segurança.

Além dos soldados do Exército, o governo federal contribuirá com 3 milhões de francos em dinheiro, além de uma garantia de 2 milhões de francos para as edições de 2004, 2005 e 2006.

O Cantão dos Grisões e o WEF entram com 2 milhões de francos cada um e a prefeitura de Davos com 1 milhão de francos. No total, além do Exército, a segurança deverá ter 2 mil pessoas.

Descentralização

No entanto, tanta segurança no local do Fórum pode não ser necessária. Os adverários do WEF, o mesmo movimento que também combate a Organização Mundial do Comércio (OMC), parece que vai optar por "bloqueios descentralizados".

A estratégica principal seria bloquear o acesso dos participantes do WEF a Davos, dia 21 de janeiro, como uma resposta à militarização do WEF 2004, de acordo com um comunicado da Coordenação anti-WEF. Outros tentarão organizar uma manifestação em Davos, apesar do forte esquema de segurança. O apelo foi lançado pela "Aliança Revolucionária" supra-regional contra o WEF, que exclui qualquer diálogo com o fórum ou as autoridades.

Lembrança de Evian

O tom desse apelo lembra os excessos que ocoreram durante a Cúpula do G-8, em Evian, mesmo com gastos de segurança de 43 milhões de francos (US$ 35 milhões).

A França e a Suíça pagaram 80% dos custos (17,2 milhões de francos cada uma) e os 20% restantes (8,6 milhões de francos) pelos Cantões (estados) suíços de Genebra, Vaud e Valais.

Além disso, o governo federal arcou ainda com os custos de mil policiais vindos da Alemanha.

As informações são do site swissinfo.org