Presidente da CNI diz que sacrifícios do ano levarão à retomada do crescimento em 2004

18/12/2003 - 9h44

Brasília, 18/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse há pouco que apesar de 2003 ter sido um ano "duríssimo para a economia e para o setor produtivo, os industriais imaginam que todo esse sacrifício foi feito para construção das bases visando a retomada do crescimento em 2004".

Na opinião de Monteiro Neto, que participa da solenidade no Palácio do Planalto em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará um balanço do primeiro ano de seu governo, "isso vai depender muito da confiança dos agentes econômicos e de algumas definições do governo em relação aos marcos regulatórios que ainda estão pendentes e também, fundamentalmente, da manutenção de um ambiente macroeconômico propício".

O presidente da CNI disse ainda que a proposta de reforma tributária aprovada em primeiro turno "não foi ampla" e que "uma margem para o crescimento não está diretamente vinculada à estrutura tributária, mas ao financiamento, à taxa de juros e à utilização de uma capacidade instalada que nós já temos". Monteiro Neto, no entanto, fez questão de deixar claro que a questão tributária é fundamental, embora possa ser trabalhada ao longo do tempo.

E lamentou a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de reduzir a taxa básica de juros em um ponto percentual: "Havia espaço, em função de uma série de circunstâncias externas e internas, para que o Banco Central fizesse um movimento menos conservador. Isso teria um efeito muito importante nas espectativas da virada do ano. Infelizmente, perdemos essa oportunidade."

Ao fazer um balanço do primeiro ano do governo Lula, o presidente da CNI disse que "no atacado ele acertou", acrescentando que "faltou coordenação na área social e a política de desenvolvimento regional não avançou de forma satisfatória". E concluiu: "Naquilo que pode representar o núcleo fundamental das decisões, sobretudo na área econômica, o governo acertou mais que errou".