Brasília, 18/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que os alicerces de um novo projeto de Nação foram estabelecidos em 2003 e que "cabe a nós, nesses próximos anos, aproveitar plenamente a oportunidade histórica que estamos vivendo, a oportunidade de combinar crescimento estável e sustentado com uma agenda de
desenvolvimento e justiça social".
Durante uma hora e meia, o presidente fez um balanço de seu primeiro ano de governo. Lula classificou 2003 como "um período de sacrifício e de reconstrução, que permite reafirmar a confiança num futuro melhor para todo o povo brasileiro".
Segundo o presidente, neste primeiro ano o governo recuperou a estabilidade da economia, construiu a base política e parlamentar para aprovar as reformas necessárias no Congresso Nacional e ampliou o diálogo com a sociedade. O presidente ressaltou, também, que o
Brasil se tornou um interlocutor respeitado na diplomacia e no comércio internacional.
Para justificar as medidas tomadas na política econômica, Lula lembrou que quando assumiu o governo, o Brasil enfrentava "uma das mais graves crises da História republicana". Segundo ele, no final do ano passado o país havia perdido a estabilidade econômica, o câmbio estava sujeito a forte especulação, o risco-país encontrava-se em patamares absurdos, as linhas internacionais de crédito estavam cortadas e os títulos públicos brasileiros eram negociados no exterior por
menos da metade de seu valor de face. "Todo o cenário indicava que o Brasil poderia quebrar", lembrou.
Para superar a crise, segundo o presidente, o novo governo teve que exercer rígido controle das contas públicas e elevar o superávit primário para 4,25% do PIB. Além disso, foi preciso exercer rigorosa política monetária, com taxas de juros restritivas à atividade econômica. "As decisões amargas foram tomadas de forma consciente e soberana, com os olhos voltados para o futuro", afirmou.
Os sacrifícios, segundo Lula, geraram os resultados esperados. "É com sentido de humildade, diante dos desafios à frente, mas também com orgulho das tarefas cumpridas, que venho aqui, ao final de um ano de governo, anunciar: o tempo da incerteza passou. Revertemos as expectativas pessimistas, reconquistamos a confiança em nossa economia e na capacidade de crescimento do país".
O presidente lembrou que os títulos brasileiros no exterior estão cotados hoje a quase 100% do valor nominal. O risco-país, que passava dos 2.400 pontos, já está abaixo dos 500 pontos. As linhas de crédito internacionais foram restabelecidas. A inflação, que era projetada em mais de 40% para este ano, chega ao final de 2003 em cerca de 8%.
As exportações, particularmente, da agricultura e agronegócio, permitirão um superávit, até o final do ano, de US$ 24 bilhões na balança comercial, o que o presidente considerou fundamental para o enfrentamento das vulnerabilidades externas. "É por isso que digo: vencemos a primeira batalha. O Brasil já pode crescer com segurança", afirmou.
