Tornar crediário mais atrativo pode estimular crescimento do país, defende Afif

17/12/2003 - 17h02

São Paulo, 17/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos defendeu hoje a busca de estratégias que tornem mais atrativo o crediário como prioridade para estimular o crescimento econômico do país. Ele endossou as teses de outros líderes empresariais, para os quais o reaquecimento do mercado interno passa pelo maior acesso ao crediário, com juros mais baixos.

Afif anunciou que, até o fim do mês, a ACSP deve encaminhar ao ministro da Fazenda, Antônio Palocci, várias sugestões nesse sentido, que estão sendo elaboradas em conjunto com outras instituições, inclusive a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos automotores (Anfavea). Entre as propostas está a de estabelecer juros variáveis para os bons pagadores. Os consumidores que pagam suas contas em dia poderão ser beneficiados com taxas menores.

Para Afif, "não é justo" que os adimplentes paguem juros altos por conta da projeção de risco embutida nas alíquotas, como forma de compensar o buraco deixado pelos devedores. Ele estimou que 2004 será o ano de consolidar o crescimento sustentado para 2005. Afif apostou que a economia cresce de 3% a 3,5%, no próximo ano, mas admitiu que seria necessário alcançar 5% para a geração de novos postos de trabalho.

O líder empresarial disse que acredita na queda continuada da Taxa Básica de Juros, a Selic, ainda que em menor velocidade. Ele defendeu uma queda mais acentuada do "spread" (diferença entre o que banco paga aos aplicadores e o que cobra dos tomadores) bancário. "É um processo que tem lógica, e eu vejo o Congresso Nacional, o próprio governo e a sociedade clamando por isso. A questão é saber como. O que estamos buscando é uma solução", disse.

Para o empresário, uma baixa da taxa não traria danos para o sistema financeiro, porque ocorreria de forma administrada. "Não estamos defendendo uma queda por tabelamento, e sim melhor administração de risco". Ele previu que, a médio prazo, pode haver a recuperação da renda, como conseqüência natural do aumento do poder de compra proporcionado pelo crédito com juros mais baixos, o que alimentaria toda a cadeia produtiva.