Pesquisa Ibope aponta 69% de aprovação à administração Lula

17/12/2003 - 12h14

Brasília, 17/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O governo conseguiu fechar o ano com a imagem preservada e conta com uma expectativa otimista da população para 2004. A administração Lula chega ao final do seu primeiro ano de mandato com índice de aprovação de 66% e de nível de confiança da população no presidente de 69%. É o que revela a pesquisa do Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada hoje.

A avaliação pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu 6 pontos percentuais, de setembro a dezembro. A avaliação muito boa e ótima do presidente é 68% - o maior índice desde março passado - contra 29% de ruim ou muito ruim.

Em contrapartida, o índice de aprovação do governo caiu 3 pontos percentuais, de setembro a dezembro. Trata-se da terceira queda consecutiva, de março a dezembro. Em março, o governo obteve aprovação de 75% e hoje esse índice é de 66%. O índice de desaprovação é de 25% - o maior desde março, quando o era de apenas 13%. Ainda assim, o presidente Lula conclui o primeiro ano de seu mandato com índice de ótimo e bom de 41%, número superior aos 15% que seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, obteve no segundo mandato. Entretanto, no primeiro mandato, FHC conseguiu um índice melhor de 43%.

O brasileiro está otimista em relação a 2004 - 84% acreditam que o próximo ano será muito bom ou bom, enquanto apenas 7% das pessoas acreditam em um ano ruim. Com relação às expectativas ao desemprego e à inflação, a pesquisa registra que 47% dizem que o desemprego vai aumentar (esse índice era de 49%, anteriormente) e 29% acreditam que ele vai diminuir.
O combate à fome e à pobreza é a área de maior aprovação do governo com 73% de aceitação.

Quanto aos programas sociais, 61% estão satisfeitos com a atuação da administração Lula. Por outro lado, o desemprego e a segurança são áreas onde é percebida a maior desaprovação da ação governamental. Mais da metade da população desaprova a atuação do governo nessas áreas (54% e 56% respectivamente). Mesmo para a parcela da população que aprova a administração Lula, 48% desaprovam o seu desempenho nesses setores.

O medo da inflação e do desemprego está presente na vida do brasileiro, que pede a redução de impostos e da taxa de juros. Para 40% dos entrevistados, a inflação vai aumentar nos próximos seis meses contra 23% que dizem acreditar que ela vai diminuir. De acordo com o presidente da CNI, Armando Monteiro, a agenda da população converge com a agenda do setor produtivo. Segundo ele, tal qual os empresários, o povo está preocupado com o crescimento e o emprego: "essa agenda da população está cada vez mais centrada de que a questão dos tributos constitui mesmo um obstáculo para o crescimento". Segundo o empresário, a pesquisa deixa claro que a população quer a redução da carga tributária.

A visão é confirmada pelos dados que indicam que a população elegeu para o próximo ano a redução dos impostos, da taxa de juros e da inflação com as ações mais importantes para os próximos dois anos. Trinta e três por cento querem a redução dos impostos, 31% pedem a redução da inflação e 27% pedem a redução da taxa de juros; 37% dizem acreditar que os impostos vão aumentar após a reforma tributária, contra 25% que dizem que os impostos vão ficar como estão. Apenas 25% acreditam que os impostos vão diminuir após a reforma tributária. Para a parcela da população que diz que os impostos aumentarão com a reforma, a principal conseqüência será o aumento do desemprego.

A população também se manifestou em relação à maioridade penal: 74% aprovam a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Apenas 17% acham que ela deve ser mantida como é hoje, mas com a definição de penas mais severas para menores de 18 anos que cometem crimes.
Os dados são parte da quarta e última rodada de pesquisa CNI/Ibope do ano e foi realizada de 4 a 8 de dezembro com duas mil entrevistas em 145 municípios. A margem de erro é de 2.2 pontos percentuais e o grau de confiança é de 95%.