Rio, 17/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O crescente aumento no número de mortes no país, e em particular entre os jovens entre 15 a 24 anos de idade, já transformou em uma questão de saúde pública no Brasil: uma epidemia. A avaliação é do coordenador geral da Pesquisa sobre Direito Civil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Tadeu Oliveira.
Para Oliveira, o fato merece toda a atenção das autoridades. Ele acredita que essas mortes poderiam ser perfeitamente evitáveis, bastando que houvesse segurança pública e educação de trânsito efetivas. "São óbitos plenamente evitáveis de pessoas que se encontram no auge de sua força laboral (de trabalho)".
A pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada hoje, comprova que o aumento da violência hoje é a principal causa de mortes entre jovens do sexo masculino, em idade de 15 a 25 anos, e chega a ser três vezes maior do que o número de óbitos entre as mulheres, que também vem crescendo, embora em proporções menores.
"O que ocorre com as mulheres tem a ver com o fato de cada vez mais eles estarem expostas, pois cada vez mais elas estão sendo inseridas no mercado de trabalho", diz revela a pesquisa.
De acordo com o levantamento, em 1990, 14,17% dos óbitos de homens registrados eram causados por homicídio, suicídio ou acidentes e outras causas externas. Em 2002, o percentual aumentou para 16,31%. Entre as mortes de mulheres, a proporção passou de 4,33% do total, para 4,53%, entre 1991 e 2002.