Cooperativas de Minas e São Paulo unem-se para formar maior consórcio cafeeiro do mundo

17/12/2003 - 15h21

Brasília, 17/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - Dezessete cooperativas de café de Minas Gerais e São Paulo se uniram para criar o maior consórcio de produtores de café do mundo. A idéia do empreendimento é organizar o setor produtivo para disputar novos mercados. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse que a organização, articulação e integração de outros setores da cadeia produtiva do café, mostra amadurecimento das cooperativas, como já acontece em outros países do mundo.

Na opinião dele, o setor agrícola precisa se organizar melhor para agregar valor aos seus produtos e disputar mercados. "Cada vez menos o governo tem o poder de interferir e de influenciar nas cotações internacionais", disse.

Lembrou que o Brasil tem menos de 1% do mercado internacional de café torrado e moído, apesar de ser o maior produtor mundial do grão – as estimativas da Conab prevêem, em 2004, 36 milhões de sacas de café. O país também é o segundo consumidor do produto.

O diretor-presidente da nova trading, Carlos Melles, informou que a empresa vai atuar na industrialização e comercialização interna e externa de café, no processamento, além de logística, marketing, aquisição de insumos agrícolas e instrumentos financeiros que beneficiem a comercialização do produto. "Queremos distribuir os resultados positivos entre os produtores, por meio das cooperativas, em um projeto inédito de aliança estratégica, em benefício dos cafeicultores", ressaltou.

A Coffee Sul de Minas é formada pelas cooperativas mineiras Unicoop, Capebe, Minasul, Cooparaíso e Cooperativa Central, que congrega dez cooprativas de Minas, e as paulistas Cocapec, Garcafé e Cafenoel. Além das cooperativas da região sul de Minas e São Paulo, a nova empresa contará com a adesão de um segmento não cooperativista, a Sertrading S.A, que atua na áreas de exportação e importação. A expectativa é de que a nova empresa comercialize cerca de 4,5 milhões de sacas de café por ano, o que representa menos de 1/5 do mercado mundial.