Consumo de água na agricultura no DF aumentou em dez anos

17/12/2003 - 11h29

Brasília, 17/12/2003 (Agência Brasil- ABr) - Estudo divulgado esta semana pela unidade Cerrados da Embrapa, em Planaltina (DF), revela que o consumo de água na agricultura do DF aumentou 75% entre 1992 e 2002. O levantamento apon tou ainda que o consumo subiu na mesma proporção do crescimento na área irrigada da região, que passou de estimados 3.894 hectares para 6.823 hectares no período.

Com auxílio de imagens de satélite, os pesquisadores registraram a elevação no número de pivôs centrais (equipamentos usados na lavoura para irrigação) na área de abrangência do DF. Em 1992, foram identificados 55 pivôs centrais. Em 2002, o número saltou para 104. Os pivôs centrais, nas imagens feitas pelo satélite norte-americano Landsat, são registrados como círculos perfeitos, o que facilita bastante a identificação desses sistemas.

A partir dos dados, a Embrapa Cerrados conseguiu fazer uma estimativa de quanto os pivôs centrais consumiram de água naquele período de dez anos. De acordo com a bibliografia científica, os pesquisadores sabem quais devem ser os gastos com água para a correta irrigação de culturas como feijão, trigo, cevada e milho, as mais presentes no Planalto Central. Feitas as contas, houve um aumento estimado em 75% no consumo de água para irrigação, que saltou de 23,36 milhões de m³, em 1992, para 40,94 milhões de m³, em 2002.

A comparação feita entre o consumo de água na agricultura e o aumento do consumo humano da população do DF mostra que o primeiro cresceu em ritmo bem mais acelerado. Apesar de a população da região também ter crescido no período analisado, a elevação do consumo foi de 30,9%, menos da metade do verificado na agricultura.

Além de uma melhor manutenção dos equipamentos usados na irrigação e de um manejo correto da água na lavoura, o estudo da Embrapa Cerrados faz um outro alerta. Evitar o desperdício é a saída mais segura para a questão. Com o consumo atual, segundo os pesquisadores da instituição, poderá faltar água em breve, caso ocorra um período muito longo de estiagem.