Rio, 17/12/2003 (Agência Brasil – ABR) - Preços administrados, insumos, matérias-primas, frete e mão-de-obra são os fatores que explicam o aumento de preços do aço praticados pelas usinas no país, conforme afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), José Armando de Figueiredo Campos.
Recusou-se a discutir reclamações "dos preços abusivos da indústria siderúrgica", feita pela Associação Brasileira da Industria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que está propondo ao governo o controle quantitativo e seletivo das exportações de aço. A discussão é inócua, assegurou Campos, indicando que o debate sobre preços tem de ser efetuado de empresa a empresa, numa negociação olho no olho.
Em relação à acusação da indústria automobilística de que os preços do aço haviam subido cerca de 55% desde janeiro de 2002, o presidente do IBS esclareceu que a questão de preços é definida pelas companhias do setor, mas lembrou que não devem ser desprezados os aumentos dos preços que afetaram a cadeia produtiva na própria siderurgia e os aumentos de preços dos serviços administrados.
Campos lembrou também que a siderurgia está sujeita às variações de preços das matérias-primas e insumos que são demandados no mercado internacional, como minério de ferro,carvão e coque. Revelou que o preço do coque colocado hoje no Brasil é de U$240,00 a U$250,00 a tonelada.
Outro fator que afeta o custo da produção são os fretes internacionais devido à escassez de navios provocada pelo aumento da demanda. O preço do frete de carvão e coque saiu de U$12,00 a tonelada, em janeiro deste ano, para U$50,00 atualmente, na rota Austrália/Brasil ou China/Brasil. Os recentes reajustes concedidos na folha de salários, superiores a 16% , também pressionarão para cima os preços que vigorarão a partir de janeiro de 2004,informou.
O presidente do IBS prometeu responder ao que chamou de "provocação" da ABIMAQ no momento oportuno. Disse apenas que a lógica de preços em uma economia aberta como pretende ser a do Brasil é esta: os preços sobem e descem. Reiterou que, "no momento, estão subindo por conta do aumento de preços generalizados de insumos, matérias-primas, preços administrados, frete e mão-de-obra".