Brasília - A CPI Mista do Banestado deve enviar nesta semana, para os técnicos de informática da Câmara, disquetes de computador recebidos de promotores públicos de Nova Iorque. Por conter dados sigilosos, como relatórios de movimentações financeiras de brasileiros para bancos americanos, as informações magnéticas só poderão ser lidas após decodificadas.
O restante do material obtido nos Estados Unidos - nove caixas de documentos - vai ser analisado pela comissão durante o recesso parlamentar.
OBJETIVOS ALCANÇADOS
Os deputados Dr. Hélio (PT-SP) e José Mentor (PT-SP), que estiveram nos Estados Unidos em busca dos documentos, voltaram ao Brasil no último sábado. Apesar de não revelar novos nomes envolvidos no esquema de lavagem de dinheiro, Dr. Hélio informou que os objetivos da viagem foram alcançados e que a CPMI já identificou os intermediários das operações, que seriam pessoas conhecidas no mercado de câmbio paralelo.
"Existe uma malha organizada que acaba assumindo o papel de um verdadeiro banco, remetendo divisas para fora do país por meio de "laranjas" ou até de números codificados", afirma o parlamentar. "Existem contas importantes, cujos códigos são praticamente indecifráveis hoje, mas com muito cuidado se pode chegar aos verdadeiros donos do dinheiro lavado".
RECESSO
Ainda durante o recesso, a assessoria técnica da CPMI começa a cruzar os dados resultantes das quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico de todos os investigados pela comissão. Entre eles, Alberto Youssef, apontado como administrador do Bacon Hill, financeira considerada a holding dos doleiros sul-americanos.
As informações são do site da Agência Câmara.
16/12/03