Moedas de aço inoxidável no valor de R$ 1 sairão de circulação no dia 23

16/12/2003 - 11h49

Brasília, 16/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - As moedas no valor de 1 Real, cunhadas em aço inoxidável, perderão o poder de compra a partir do próximo dia 23, e o comércio não terá mais obrigação de aceitá-la como meio de pagamento, conforme anunciou hoje o diretor de Administração do Banco Central, João Antonio Fleury Teixeira. Ele ressaltou, no entanto, que "não haverá qualquer tipo de prejuízo para a sociedade", que terá até o dia 23 de março de 2004 para trocar as moedas inox na rede bancária, ou depositá-las em contas-correntes e cadernetas de poupança.

Fleury destacou a necessidade de o BC trocar as moedas inox de R$ 1,00 pelas moedas bimetálicas de igual valor, que "são de melhor qualidade e oferecem maior segurança contra falsificações". Afirmou, porém, que a campanha iniciada em 22 de setembro para promover a troca recolheu, até a última sexta-feira (12), apenas 30 milhões das 214,7 milhões de moedas inox em circulação na época. Volume "bem abaixo de nossa expectativa".

As moedas inox ora recolhidas serão recicladas pela Casa da Moeda para uso futuro em moedas bimetálicas, porque a cunhagem em ligas diferentes exige um travamento técnico que os falsários não conseguem imitar, conforme explicou o chefe do Departamento de Meio Circulante, José dos Santos Barbosa. Por essa razão, 130,448 milhões de moedas bimetálicas de R$ 1,00 já entraram em circulação, e existem outras 107,619 milhões em estoque.

O diretor do BC destacou que "esta é a primeira vez na história do país que o BC recolhe moedas sem que seja em função de processo inflacionário, como no passado, quando o valor intrínseco da moeda muitas vezes era superior ao valor de face". Ele lembrou que "fabricar dinheiro não é barato, e quem paga é a sociedade". Por isso, existe uma tendência natural pelo aumento da substituição gradativa de cédulas de R$ 1,00 por moedas, pois enquanto estas duram entre 20 e 30 anos, o tempo médio das "notas" é de apenas 14 meses.

Existem, no momento, 708 milhões de cédulas de R$ 1,00 em circulação, que serão substituídas aos poucos, num processo que começará logo depois de concluída a troca das moedas inox de mesmo valor. E, quando isso, acontecer, o Brasil terá em movimento cerca de R$ 1,2 bilhão em moedas bimetálicas, que "têm mais propriedade magnética para uso em caixas metálicas", conforme José dos Santos Barbosa.