Brasília, 16/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente em exercício, José Alencar, disse hoje que o governo adotou uma política fiscal conservadora neste ano, mas que ela não foi suficiente para cobrir os custos da dívida brasileira. É por isso, segundo ele, que o país vive o atual quadro de dificuldades. "Porém, no final deste ano, esse quadro está amenizado. A gente já enxerga um novo tempo, em que poderá haver um pouco mais de investimento, especialmente aquele voltado para o campo social", afirmou.
Segundo o presidente em exercício, o país chega ao final de 2003 em uma situação diferente da que estava no final de 2002, quando havia o risco do recrudescimento da inflação. "Tudo isso propicia um novo tempo para o Brasil, porque agora nós não estamos, por exemplo, preocupados com a questão da inflação, que está domada. Obviamente ela tem que continuar controlada, daí a razão pela qual o governo não pode ser perdulário do ponto de vista fiscal", disse.
Ele afirmou que os recursos necessários para a geração de empregos, inclusão social e melhor distribuição de renda virão da retomada do desenvolvimento econômico. Para isso, o presidente em exercício voltou a defender a queda da taxa de juros. "É claro que tem que haver juros compatíveis com os juros do mercado internacional e com as atividades produtivas, isso é o óbvio", ressaltou.
Alencar disse que o Brasil precisa buscar taxas de juros compatíveis com as praticadas pelos países com os quais compete, mas não quis revelar o que espera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), iniciada hoje. "Eu nunca discuti a decisão do Copom, sempre achei que a decisão do Copom é uma decisão técnica, que tem obviamente as informações de nível técnico. Eu não tenho nada a reparar, eu acho que está correto. Mas eu acho é o seguinte: nós temos que manter uma política fiscal muito conservadora, é preciso que se mantenha, o país não pode ser perdulário. Agora, as taxas de juros precisam cair", afirmou.
O presidente em exercício participou hoje da solenidade de instalação do Fórum Governamental da Participação Social. O fórum reunirá representantes de todos os ministérios e buscará ampliar a participação da sociedade civil na definição das políticas a serem implantadas pelo governo federal.