São Paulo, 16/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os moradores da região metropolitana de São Paulo devem se render ao impulso das compras natalinas. É o que mostra pesquisa realizada pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) indicando que o nível de otimismo do consumidor em dezembro é o mais alto já registrado este ano.
O Índice de Intenção do Consumidor (IIC) atingiu 110,73 pontos, marca superior em 6,84% ao detectado em novembro último e 3,68% acima de igual período do ano passado. Este resultado é o maior desde março de 2001, quando o IIC alcançou 111,17 pontos numa escala que vai de 0 a 200.
Cresceu tanto a vontade de adquirir bens a serem pagos no longo prazo quanto no curto prazo. Comparando-se com o demonstrativo do levantamento feito em dezembro do ano passado, pode-se concluir que há mais confiança em relação à conjuntura econômica. O IIC, em 2002, estava em 106,8 pontos, representando 5,01% sobre novembro.
Mesmo assim, de acordo com a análise técnica da Fecomércio, o retorno dos consumidores às lojas não deverá ser capaz de compensar o baixo desempenho verificado nos meses anteriores. A expectativa dos comerciantes é de que as vendas sejam equivalentes as do Natal de 2002.
O setor de bens duráveis, que inclui eletroeletrônicos, utilidades domésticas e móveis
aparece entre os de maior demanda. Ao ouvir 900 pessoas na Grande São Paulo, os pesquisadores constataram que 61,39% desse universo têm interesse em comprar itens deste segmento contra 53,75% que manifestaram o mesmo desejo, em novembro último, e 44,5%, em dezembro de 2002.
Os aparelhos de telefone celular lideraram na preferência com 10,81% contra 8,13%, em novembro. A segunda opção de maior interesse é de aparelho de som, para as mulheres (7,16%), e de automóvel para os homens (11,67%).
O crescimento do otimismo veio acompanhado do sistema de compras no crediário. O sistema de pagar a prestação por um prazo maior alcançou 121,98 pontos contra 5,87%, em novembro. Para os analistas econômicos da Fecomércio, este indicador mostra que a expectativa futura das pessoas ainda está bastante desvinculada da realidade presente, tomando por base o fato de as condições econômicas estarem abaixo da média do índice, somando 93,85 pontos.
Ainda conforme a pesquisa, permanece a preocupação com a ameaça de desemprego. Este temor foi apontado por 30,42% dos entrevistados contra 29,38% da apuração anterior. Além dessa variável negativa, os técnicos destacam como relevante na intenção de compra a precaução do consumidor ao analisar possíveis dificuldades em negociações salariais e o aumento do emprego informal.
Na avaliação da assessoria econômica da Fecomércio, o reaquecimento do mercado foi afetado pela política monetária do primeiro semestre e também pelo aumento do desemprego e queda na renda, fatores esses que não foram revertidos como, freqüentemente, ocorre no último trimestre do ano. Ponderam, no entanto, que a chegada do volume financeiro com o pagamento do 13º salário, reajustes salariais e contratações temporárias explicam o aumento do otimismo.