Brasília, 16/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os produtores estão ampliando os investimentos e a maior parte já foi aplicada no plantio da safra 2003/004, principalmente em insumos, calcário e fertilizantes, segundo constatou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). De acordo com a entidade, somado ao cenário positivo quanto ao comportamento dos preços no mercado, em 2005, isso permite projetar maior renda para o setor, com mais investimentos em 2004.
No que diz respeito ao café, a CNA considera que não há perspectiva de superar a crise no setor, que já dura cinco anos. Ainda há muito produto em estoque, derrubando os preços. Neste ano os cafeicultores continuaram a conviver com os problemas resultantes da oferta internacional superior ao consumo. No ano passado, a produção mundial foi de 118,92 milhões de sacas, o maior resultado desde o biênio 1964/65. O estoque dos países importadores chegou a 21,12 milhões de sacas em 2002, pressionando os preços para baixo. Os custos de produção foram maiores que os preços da comercialização.
Baseada em dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiros (Cepea/Esalq), o documento divulgado hoje pela CNA revela que a média de preços da saca do café arábica, entre janeiro e novembro, foi de R$ 174,00, 11,23% abaixo do custo de produção, que é de R$ 196,00, por saca, na safra 2003/004, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
As projeções da CNA são diferentes para a soja, que deverá ter uma colheita de 58,7 milhões de toneladas, com um crescimento de 12,9% em relação a safra anterior (52 milhões de toneladas. Com relação ao trigo, a entidade considera que o país tem condições de reduzir a dependência do fornecimento internacional, ainda que condicionado ao comportamento da comercialização. De acordo com a CNA, os triticultores estão recebendo baixa remuneração pelo produto, o que poderá desestimular a ampliação das lavouras no próximo ano.
O documento destaca também que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já detectou uma redução na colheita total de milho, que deverá atingir 45,4 milhões de toneladas, 4,5% a menos que na safra passada (47,5 milhões de toneladas).