Brasília, 12/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - Boneca, bicicleta, bola, videogame, carrinho. Papai Noel faz as crianças sonharem. Mas muitas delas abdicam de um brinquedo por uma cesta básica ou um exame dentário. Até hoje, os Correios já receberam aproximadamente 35 mil cartas de todo o país endereçadas a Papai Noel, só neste ano. Para encurtar a distância até o "Pólo Norte", foi criado o Programa Papai Noel dos Correios, que permite às pessoas adotarem cartas, para que mais sapatinhos encontrem um presente sob a árvore de Natal.
É bastante simples contribuir. Basta ir até a Diretoria Regional dos Correios, onde fica a Casa do Papai Noel, e escolher entre as muitas cartas que estão expostas. Os envelopes são abertos e separados por tipo de presente. Após ter escolhido uma ou mais cartas, o doador adquire o presente pedido e, depois, é só levá-lo para a Diretoria. Os Correios entregam as doações na residência da criança. Existe uma Casa do Papai Noel em quase todas as capitais, e as entregas vão começar no dia 18 de dezembro.
Tudo começou há onze anos, quando alguns carteiros começaram a atender os desejos que encontravam em cartas endereçadas ao "bom velhinho". Mas foi partir de 1997 que a empresa adotou o programa em caráter permanente e passou a fazer a triagem das doações. No ano passado, das 15 mil cartas recebidas em Brasília, apenas 30% foram atendidas. A expectativa, para este ano, além de receber mais cartas, é de alcançar maior percentual de atendimentos.
Ela não tem barba branca nem anda de trenó, mas trabalha como voluntária no programa desde 2002. A baiana Jeruza Maria do Espírito Santo Souza ajuda a separar as cartas e a destacar os desejos dos meninos. "Teve um menino deficiente que pediu uma cadeira de rodas com cinto de segurança, porque ele não consegue se firmar na cadeira. Ele mandou uma foto em que encontra-se amarrado, com uma tira de pano, na cadeira que usa atualmente. "Isso aí me tocou bastante mesmo", diz Jeruza comovida,
Funcionários dos Correios são cedidos para trabalhar no programa no fim do ano. Maria Bethânia da Silva Neiva pede "a colaboração de todos para ajudar nessa campanha, porque vão deixar muitas crianças felizes. Há muito pedido de alimento, material de escola. Tem criança que troca o brinquedo por alimento. É o sonho dessas crianças ganhar alguma coisa na noite de Natal".
A empresária Ana Amélia Pelegrino se emocionou enquanto lia algumas cartas para adotar. "São crianças que pedem o básico: roupa, comida. É triste, né? Um país tão rico e com tanta gente passando fome", lamentou a empresária, com lágrimas nos olhos.
Maiores informações podem ser obtidas pelo telefone 0800-642 2004.