Brasília - O Campeonato Pan-Americano de Xadrez por equipes que será realizado a partir de sábado (13) e até dia 18, no Rio de Janeiro, reunirá além do Brasil as delegações de Cuba, Equador, Paraguai, Argentina, Bolívia e Venezuela, que já confirmaram presença. Cada equipe tem seis jogadores, sendo quatro titulares e dois reservas. Quem conquistar o título estará automaticamente classificado para o Mundial por equipes do ano que vem.
Cuba e Brasil são os principais favoritos ao título e prometem grandes partidas em Copacabana. A equipe brasileira vai contar com a experiência e o talento do Grande Mestre Internacional (GMI) Henrique Mecking, o Mequinho. O carioca Darcy Lima, bicampeão Sul-americano e atual presidente da Confederação Brasileira de Xadrez, é outro nome forte do Brasil. A equipe brasileira tara ainda os Mestres Internacionais Everaldo Matsuura, de Santa Catarina, e Cícero Braga, de São Paulo. Os reservas serão os também Mestres Internacionais Eduardo Lint, do Rio, e Rodrigo Visconti, do Paraná.
No último Pan-americano, realizado em 2000 na Venezuela, o Brasil conquistou o vice-campeonato. A equipe cubana, que é uma das favoritas ao título este ano, vai disputar com GMIs como Leinier Dominguez Perez e Lazaro Bruzon Batista.
A Federação do Rio de Janeiro também vem elaborando atividades extras como seminários sobre educação, atividades turísticas e jogos simultâneos. Nestes, o brasileiro Wagner Peixoto vai tentar conquistar o recorde, que hoje é de 200 adversários.
A competição poderá ser acompanhada on line no site www.panxadrez.com.br e também haverá oficinas para quem quiser aprender a jogar. Não será cobrada taxa alguma, a única exigência é que o interessado leve um quilo de alimento não perecível, que será doado para o Banco do Rio de Alimentos.
Mequinho
Será a primeira vez que Mequinho competirá oficialmente no Rio desde que voltou aos tabuleiros. Considerado um gênio e terceiro do ranking mundial no fim da década de 70, Mequinho foi acometido de uma doença rara, miastemia gravis, e chegou a ser desenganado pelos médicos. O enxadrista se agarrou à fé e garante que foi salvo por Jesus Cristo. Ele chegou a freqüentar um seminário, mas não se ordenou padre. No fim de 2000, voltou a jogar, participando de simultâneas.
Na década de 70, três nomes marcavam o esporte brasileiro: Pelé, Emerson Fittipaldi e Mequinho. Ele atingiu o ponto máximo de sua carreira em 1978, quando se tornou o terceiro melhor enxadrista do planeta, atrás apenas de Viktor Korchnoi (o vice-campeão mundial) e de Anatoly Karpov (o campeão mundial). No ano seguinte, ficou doente e teve de se afastar dos tabuleiros.
Com diagnósticos que lhe garantiam apenas mais duas semanas de vida, Mequinho se agarrou a religião. Curado por um "milagre divino", como costuma repetir, escreveu o livro "Como Jesus Cristo salvou a minha vida", que está na sétima edição. A vida de Mequinho agora vai virar filme e as gravações já começaram.
Desde 2000, o Mequinho vem recuperando o tempo perdido. Ele voltou a competir e assumiu novamente o posto de primeiro tabuleiro da seleção brasileira de xadrez. No Pan-Americano, que será realizado entre os dias 13 e 18 no SESC de Copacabana, Mequinho promete mostrar que apesar das dificuldades enfrentadas e do tempo afastado dos tabuleiros, continua sendo o maior gênio do Brasil.
As informações são da Confederação Brasileira de Xadrez.