Lessa comemora orçamento maior em 2004 e diz que BNDES está entre os grandes do mundo

11/12/2003 - 14h00

Brasília, 11/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) terá um orçamento de R$ 47 bilhões no ano que vem. O presidente do banco, Carlos Lessa, comemorou hoje o aumento do orçamento dizendo que o BNDES cumpre e cumprirá a tarefa histórica de financiar a ampliação da capacidade produtiva do país. "Vamos colocar o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) bem para trás em relação a ativos e vamos começar a nos aproximar do Banco Mundial (Bird) como o segundo maior banco de desenvolvimento do mundo", disse. Em 2003, o orçamento do BNDES foi de R$ 34 bilhões.

Lessa participou da Conferência Internacional "Caminhos para um novo contrato social", no palácio do Itamaraty, em Brasília. O encontro teve como objetivo reunir especialistas e promover a troca de experiências entre representantes dos Conselhos de Desenvolvimento Econômico e Social de outros países.

O presidente do BNDES avaliou como "insuficiente" a previsão de crescimento para o país em 2004. "Acho 3,5% muito pouco para o Brasil. Precisamos crescer a taxas maiores", disse. "Estamos com 12 a 14 milhões de desempregados, 40% dos quais com 25 anos ou menos. Isso é muito inquietante, extremamente inquietante em relação ao futuro", reforçou. Segundo ele é necessário forçar ou procurar taxa máxima de crescimento.

Carlos Lessa destacou as propostas de investimento em infra-estrutura e chamou a atenção para, segundo ele, uma obra que será uma "nova construção de Brasília": a transposição das águas para os rios do Semi-Árido nordestino. "Esse é um movimento absolutamente estratégico. Será a Brasília desse tempo. Sei que essa matéria é de magnas implicações e exige, obviamente, uma vasta discussão em todo país, mas acho que é um projeto perfeitamente exeqüível. Tecnicamente, pode ser cercado de todas as preocupações para não produzir nenhum dano ao meio ambiente", afirmou em seu discurso.

Brasil das grandes obras

O presidente do BNDES explicou ainda que deve haver a transposição das águas do rio Tocantins para o rio São Francisco e do rio São Francisco para o Nordeste. Lessa admitiu já esperar reações contrárias ao projeto. "Vai aparecer o discurso levantado contra a Petrobras e contra Brasília: 'nós não podemos fazer!'. Mas fizemos. E fizemos em condições muito mais difícies. É fácil para o Brasil, pensando grande, fazer coisas muito grandes e vamos resgatar o Nordeste Semi-Árido onde está a maior fartura social localizada no país. Acho que o presidente Lula esteve num momento absolutamente inspirado quando fixou isso como prioridade", disse.

Com um discurso cheio de nacionalismo e entusiasmo o presidente do BNDES defendeu uma globalização com total liberdade de movimentação das pessoas e de mão-de-obra. "Se a velha Europa e os Estados Unidos derem abertura para os brasileiros trabalharem e o mundo permitir que a população mundial seja um problema de todo o mundo, então, eu aceito as outras liberdades. Sem isso é um projeto indigesto e ficaremos com a fatura social", avaliou.