Brasília - A União Européia anunciou nessa quarta-feira que vai investigar se a decisão dos Estados Unidos fere regras internacionais. E não descartou a hipótese de recorrer à Organização Mundial do Comércio, contra o alijamento do processo de reconstrução do Iraque das empresas dos países que não apoiaram a guerra. A França disse que também vai analisar as restrições à luz da legislação internacional.
Em Moscou, o ministro da Defesa apressou-se em dizer que o Iraque ainda deve US$ 8 bilhões à Rússia.
Segundo informou à CNN um fonte do Conselho Nacional de Segurança, o presidente dos Estados Unidos, George Bush, conversou com os presidentes da Alemanha, França e Rússia, prometendo "manter abertas as linhas de comunicação".
Mas, outro representante do governo disse que a política norte-americana só mudaria caso as nações que se opuseram à intervenção no Iraque ofereçam mais ajuda financeira e apoio diplomático ao Iraque do pós-guerra.
De acordo com o memorando divulgado na página do Pentágono na Internet, países que participaram da coalizão ou apoiaram o esforço de guerra - incluindo Reino Unido, Austrália, Espanha,Itália, Polônia, Turquia e Japão -- estão na lista de nações que poderia disputar os principais contratos para as obras de reconstrução do Iraque.
O porta-voz do Departamento de Estado, Richard Boucher, explicou, no entanto, que as empresas dos países membros da coalizão estão livres para subcontratar empresas em quaisquer países. Ele esclareceu ainda que a restrição imposta refere-se apenas aos contratos que têm assistência direta dos Estados Unidos.
Por exemplo, a decisão não se aplica aos recursos da comunidade internacional para a reconstrução do Iraque, arrecadados pelo fundo criado em Madri, na Espanha, durante a Conferência de Doadores em outubro.
O secretário-adjunto de Defesa norte-americano, Paul Wolfowitz, chegou a afirmar que a medida é necessária para proteger os "interesses essenciais de segurança" dos Estados Unidos.
Empresas selecionadas vão concorrer a mais de duas dezenas de contratos para reconstrução do país, envolvendo cerca de US$ 18,6 bilhões de dólares. As obras incluem setores como petróleo, energia, comunicações, água e habitação.
As informações são das agências Lusa,CNN e da Rádio Nederland